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JÓIAS DA NOSSA FAUNA - SAÍRA MILITAR

Finalzinho de uma tarde de sábado. Estávamos em cinco: Almir, Éder, Ricardo, Murilo e Eu. Todos já estavam enfadados de caminhar e fotografar desde cedo. Procuramos um lugar para sentar e descansar um pouco os pés, que nessas alturas já estavam bem quentes e doloridos.
Como de costume, Éder soltou o som na esperança de que alguma espécie respondesse. Foi passando as espécies, mas nada de resposta. Naquela hora a maioria dos pássaros já está procurando abrigo para passar a noite. Foi quando eu percebi uma movimentação de alguns pássaros em uma árvore a uns 30 metros de onde estávamos. Pelo zoom da câmera, consegui ver que se tratava de alguns indivíduos da saíra militar, um pássaro lindo que graças a Deus não sobrevive em cativeiro, pois devido à sua beleza, provavelmente não teríamos mais essa ave livre na natureza.


Éder soltou o som do bichinho e para o espanto e alegria de todos, dois indivíduos vieram a pousar a pouco mais de um metro de nós, mexendo a cabeça de um lado para outro, só nos observando.
A turma mal respirava... Estávamos congelados pela emoção e surpresos por esse lindo pássaro se aproximar tanto de nós.

Tenho para mim que os animais são dotados de uma sabedoria ainda não desvendada pela ciência humana (espero que nunca consigam). Os bichos parecem saber quem e quando alguém quer lhe fazer o mal. Esse pássaro se sentiu muito seguro com nossa presença.
Se esticássemos o braço poderíamos alcançá-lo de tão próximo que estava. É claro que esse movimento iria assustar o pássaro. Permanecemos quase imóveis, nos limitando apenas a mover bem lentamente nossas câmeras e apontar em sua direção para fazer registros quase mágicos.


O episódio rendeu conversa para a semana toda. ficamos admirados com a coragem e confiança do pequenino (menos de 10cm).

 Mesmo com a faixa laranja avermelhada que tem no pescoço, a visualização não é fácil, pois ele se camufla perfeitamente entre as folhas verdes, folhas secas e as flores das árvores.

Depois de certo treino, conseguimos identificar várias espécies apenas pelo canto e quase sempre conseguimos avistar esses pequeninos tão belos. Geralmente vistos em bando. Ocorre na faixa de mata atlântica que vai do Nordeste ao Sul do Brasil.

Fazer um registro sem que a imagem fique tremula não é tarefa simples. Além da sua cor que se confunde com a vegetação, o danadinho não para muito tempo quieto. Tem que ser "rápido no gatilho" para registrar as imagens da Saíra Militar.

Voltamos para casa com a alegria de um atleta que conseguiu um troféu.
Somos caçadores. Mas não daquele tipo que mata e destrói. Somos caçadores do bem. Apontamos nossas câmeras e clec! Pronto... Só que ao invés de um morto, nós o fazemos um eterno.



Admilson Gomes

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