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A alimentação é fator essencial para o funcionamento adequado do nosso metabolismo, diz especialista

Pernambuco possui o terceiro polo gastronômico do país. E é uma gastronomia rica e deliciosa, viajando em especiarias e frutos típicos do calor litorâneo (como coco, manga rosa e cajú) até uvas e vinhos novos desenvolvidos no Sertão (onde o clima é mais ameno). Com uma forte influência portuguesa, negra e indígena, ela se caracteriza por ser diversificada e misturar bem ingredientes e sabores diversos. Numa terra de frutos tropicais, ingredientes naturais e abundância de alimentos, muito foi herdamos dos índios, dos costumes africanos e da influência europeia. “A alimentação é com certeza fator essencial para o funcionamento adequado do nosso metabolismo. ‘Nós somos o que comemos’, já dizia o filósofo grego Hipócrates, autor de outra frase também muito famosa ‘que teu remédio seja teu alimento’. Por isso, a nossa saúde depende do equilíbrio de vários fatores, e estes fatores governam as funções do nosso corpo e mente, equilíbrio que só pode ser atingido se você se alimenta corretamente. Para que nossos genes possam trabalhar corretamente, é necessário que o organismo receba alimentos em quantidade e com qualidade adequadas a fim de que as variadas reações metabólicas necessárias para a vida aconteçam”, diz a nutricionista Andréa Mendonça.

Na cultura indígena, colhemos os hábitos de comer raízes, como macaxeira e inhame e até mesmo as comidas de milho (como a canjica, a pamonha e o munguzá). Dos negros, ficamos com os pratos feitos dos restos da casa grande: galinha à cabidela, carne de sol, sarapatel, buchada e feijoada. Já da Europa incorporamos outras delícias como a mistura do açúcar em tudo, que resultou em delícias da nossa tradição como a goiabada, os doces de jaca, caju, a cocada e os sorvetes. Tudo isso somado com a nossa riqueza litorânea nos possibilitou a adaptação dos frutos do mar em pratos fortes, que se destacam em nossa culinária com a junção a frutas locais e temperos diferenciados. “A vida é muito simples, pelo menos me parece. A alimentação correta é simples, só temos que lembrar de colocar em nosso prato alimentos básicos como verduras, frutas, uma proteína de boa qualidade, cereais integrais e usar sempre gorduras saudáveis, que são as de origem vegetal como azeite de oliva e óleos vegetais como de girassol, soja etc. Muitos dizem, usar o de canola, sim, com certeza, tem qualidade, mas o preço nem sempre é acessível para todos, assim, costumo dizer que o importante é usar o óleo vegetal, assim, se puder usar o azeite, ótimo, mas pode substituir pelo de soja, se você tiver o de soja e a manteiga, é bem mais saudável usar o de soja para temperar, obviamente, usar uma gordura de origem vegetal é a medida mais saudável sempre”, comenta a especialista em ciência dos alimentos.

A diversificação de nossa culinária é um prato cheio para quem quer aprecia um bom menu e para quem acredita que a grandeza da cozinha é uma das formas mais ousadas e criativas de unir as pessoas. É neste pungente universo propostas se abrem e gourmets de plantão podem se encantar com novas formas de perceber uma comida. Por isso, é importante manter atenção aos cuidados com dietas alimentares e ainda as dietas de emagrecimento, em meio aos esforços para manter uma alimentação saudável. Para a professora, as ações para alcançar os objetivos de cada pessoa devem levar em consideração a bioquímica individual, contudo, em via de regra alcançar esses resultados não é uma busca desleal. “As pessoas são diferentes, enquanto uma precisa de uma quantidade maior de magnésio para fazer a respiração celular, outro pode precisar de menos; alguns produzem maior quantidade de colesterol endógeno (aquele que é produzido internamente), outros já não produzem tanto, são as destacadas variações fisiológicas, que cada pessoa possui. A base da nutrição é a bioquímica e poucos profissionais da área se deram conta da importância dessa disciplina para a realização de um trabalho centrado realmente nas características individuais de cada um”, comenta a coordenadora do Observatório do Peso e Editora-Chefe da publicação científica Arquivos Brasileiros de Alimentação.

Outro ponto muito importante que ela enfatiza ser essencial lembrar sempre é não ficar parado. Sair do sedentarismo, caminhar e fazer uma atividade física diariamente é fator primordial para a saúde. A alimentação adequada atrelada a esta postura saudável traz a possibilidade de saúde e longevidade, segundo Mendonça. E isso se torna um grande diferencial em um novo cenário que despontava com muita força no país com a massificação da Reeducação alimentar, esforço conjunto pela saúde e a proliferação da ideia da vida saudável. “A reeducação alimentar ou construção de uma dieta aprimorada dever ser complementada com outras estratégias de melhoria da qualidade de vida, e prevenção de problemas. É importante manter alimentação saudável e prática de atividade física sempre. A suplementação vitamínica medicamentosa, por exemplo, dever ser adotada apenas em caso de necessidade realmente, se você não conseguir a recomendação básica, através da alimentação e for realmente necessário dar um aporte maior ao organismo. Se não for este o caso, continue se alimentando bem, com alimentos de qualidade, da estação, pois se o alimento é da estação, a sua composição em relação à nutrientes está muito mais forte”, enfatiza Andréa Mendonça.


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