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“Temismo”: “amor”, “ódio” ou “temor” ao Temer?


Um país “temeroso” sempre decantou a ideia de que seu povo era “destemido”! Mas, ultimamente, o povo “treme” e tem “temido” uma figura “poderosa” que, há cerca de um ano, assumiu a Presidência da República!

O nome “Temer” é o mesmo que o verbo “temer” em nossa língua portuguesa! Se colocarmos um “r” se transforma em “tremer”! Não se sabe ao certo o “porquê” de tanta coincidência, mas o sentido das palavras e sua formação guardam muitos mistérios!

Dizem que Jesus veio pregar o “Amor” na odiosa “Roma”. Por isso, “Amor”, lido de trás para frente, se transforma na palavra “Roma”. Não importa a forma que você leia a palavra “Arara” de trás para frente e ou de frente para trás, será sempre “Arara”! Já pensou na coincidência entre “Lula” (ex-presidente) e “Povo” (população brasileira) com “Lula” (Molusco) e “Polvo” (Molusco) ou “Populismo” com “Lulismo”?

Mas o verbo “Temer” (ter ou sentir medo) pode ter se “personificado”! O Presidente “Temer” causou muito “Temor” nos adversários e muito mais nos correligionários! Quem nele votou morre de vergonha de dizer que votou e quem não votou pode até ter acreditado que ele estava do lado da “oposição” ao governo do PT, mas, na verdade, ele não era nem do PT nem do PSDB, embora o PT se iludiu por muito tempo com isso e o PSDB se iludiu por alguns meses, no últimos tempos! Suas vitórias, permanência e saída do PT nada mais foram que representações teatrais da política brasileira.


Ele carrega consigo o sentido do verbo “Temer”! Mas o “Temor” que ele causa não é apenas no povo. Ele assombra o “Poder Legislativo”, assombra a “mídia” e assombra até o “Poder Judiciário”! O Tribunal Superior Eleitoral não acolheu o pedido de cassação! “Temer” assombrou e ainda assusta muita gente! Na cassação da Dilma, ele foi poupado. Serviu de “salvador” temeroso para os que queriam o afastamento do governo do PT e serviu de “carrasco” temeroso para os que queriam a permanência do governo petista!

“Amor”, “Ódio” e “Temor”: esses três termos se entrelaçam na figura do Presidente “Temer”! Foi “amado” (pelo menos foi o que se viu) nas eleições de 2010 e 2014 pela massa de eleitores que o elegeu na mesma chapa da Dilma! Transformou-se em “odiado” pela mesma massa (inclua-se sempre o lulismo) quando a Dilma caiu e ele ficou! Foi odiado pelos que o elegeram quando ele quebrou a confiança partidária, pois foi “ingrato” com o PT e não se abraçou com a Dilma na queda!

Quando todos se preparavam para vibrar a queda da chapa “Dilma (PT) e Temer (PMDB)”, momento em que seus eleitores declararam que se Dilma caiu ele também teria que cair, pois a chapa era a mesma, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não acolheu o pedido de impeachment, num resultado apertado, característico de “Amor/Ódio/Temor”.

Temer, em relação a seus próprios eleitores, foi uma figura também “amada” quando embutido na chapa da Dilma (embora um amor cínico); passou a ser “odiado” após o impeachment (conhecido entre os petistas como “golpe”); mas também foi “temido”, embora possamos perceber que o “ódio” atualmente é maior que o “temor”!

Na época em que o voto “perde” o sentido, pois as pessoas votam e depois dizem que não votaram; na época em que o país vive uma das piores crises econômicas das últimas décadas; na época em que a população descobriu que o Vice Presidente também deve ser analisado na hora do voto, muita gente começou a pedir a cassação do Temer e a realização de “Eleições Indiretas” (sonho de consumo das ditaduras).

Temer representa o “Temor” do povo pelas autoridades quando na verdade as autoridades é que deveriam “temer” o povo! É chegada a hora de a população brasileira assumir a postura de “dona” do poder e não de “temerosa” (que vota e depois nega que votou) ou bajuladora (que se rasteja aos pés de políticos em movimentos humilhantes e medievais).

Mas, a permanência do “Temer” na Presidência tem outro sentido muito maior: pelo menos ele (Temer) é uma autoridade eleita em “Eleições Diretas” (eleição por excelência em qualquer democracia que se preze). Se o “Temer” caísse, teríamos “Eleições Indiretas” (sonho de consumo das ditaduras).

O novo Presidente (eleito de forma indireta) somente obtendo os votos do Congresso Nacional seria mais “ilegítimo” do que alguém que foi eleito Vice Presidente pelo voto direto e assumiu o cargo maior com o afastamento da titular do mesmo! O “Temer” foi eleito “diretamente” e, atualmente, seus opositores mais ferrenhos são aqueles que o ajudaram a eleger.

Temer, com certeza, tem mais legitimidade de permanecer no cargo máximo do que qualquer outro que fosse eleito via “Eleições Indiretas”, porque esse tipo de eleição em que o povo não participa certamente poderia trazer um Presidente mais impopular que o “Temer” e, diferente do “Temer”, o novo Presidente não teria o voto de nenhum cidadão. Ora, era óbvio que o “sistema” não iria abrir mão da “votação” de “Temer” nas últimas eleições presidenciais. E mais. O sistema sabia mais.

Se o povo que votou no “Temer” não o aceita como representante como seria outro Presidente eleito indiretamente? Seria, é claro, um alvo muito mais fácil, pois as críticas mais ferrenhas seriam mais fortes. O novo Presidente carregaria a marca de ter sido eleito de forma indireta (eleições comuns em ditaduras), mas o “Temer” foi eleito “diretamente” em 2014, o que pode ter acontecido é que o povo que nele votou se arrependeu do fundo da alma, mas arrependimento por ter votado errado é praxe no Brasil, todos os anos.

É hora de quebrar o sentido das palavras e construir o sentido da soberania popular que, até hoje, nunca se revelou! Não se pode mais “temer” o “Temer” e nem se pode mais se comportar como “moluscos”. Essa cultura de que o “povo” tem que rastejar aos pés dos políticos e de que a “idolatria” deve ser a base da nossa democracia é ultrapassada e nos torna o país da corrupção e das desigualdades!

Clécio Dias.

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