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Casa Militar de Pernambuco é alvo da Operação Torrentes, da Polícia Federal, que investiga desvio de quase meio bilhão

Polícia Federal investiga supostos desvios de verba federal em Pernambuco. (Foto: Luiz Pessoa / JC Imagem).

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (09), em Pernambuco, a Operação Torrentes, que tem como objetivo investigar supostos desvios de recursos públicos, na ordem de R$ 450 milhões, oriundos de verbas do Governo Federal.

As verbas deveriam ter sido destinadas para ajudar na recuperação de cidades pernambucanas que foram vítimas das enchentes nos anos de 2010 e 2017 e, de acordo com as informações, investigações apontam que os desvios ocorreram através de fraudes em licitações e corrupção de servidores públicos ligados à Casa Militar, do governo do estado.

Há forte suspeita de irregularidades no transcorrer dos projetos de reconstrução de cidades da Zona da Mata Sul atingidas e, devido a isso, foram expedidos 71 mandados judiciais, sendo 36 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 20 de condução coercitiva (aquele em que o detido é obrigado a prestar depoimento).

O bloqueio de bens dos principais envolvidos no suposto esquema também já foi determinado pela Justiça e os presos devem prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Pernambuco. Uma coletiva de imprensa deve ser realizada as 10h na mesma sede para dar maiores detalhes da operação.

É mais um esquema de corrupção dos muitos já registrados no país. Vale destacar que a Casa Militar é um órgão ligado diretamente ao Governador de Pernambuco, onde atua desde a sua segurança pessoal, na sede do governo (que é o Palácio do Campo das Princesas) e outras atribuições.

Em nota, o governo classifica a operação de ‘desproporcional’ e ‘espetacularização negativa’. Confira a nota, na íntegra:


NOTA OFICIAL

Com relação à operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União realizada hoje (09.11) em prédios da Secretaria da Casa Militar do Estado, o Governo de Pernambuco reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos necessários, como sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e fiscalização.

A Operação Reconstrução, ocorrida a partir de julho de 2010, envolveu recursos advindos do Estado de Pernambuco e da União, dirigidos ao atendimento emergencial às 120 mil pessoas da Zona da Mata Sul atingidas pela enchente, bem como o trabalho de reconstrução das cidades.

As prestações de contas respectivas foram apresentadas a tempo e modo às autoridades competentes, estaduais e federais. Não foi descumprido nenhum prazo ou foi negada nenhuma informação por parte do Governo de Pernambuco.

Com relação à Operação Prontidão, realizada após a enchente deste ano de 2017, os prazos de prestação de conta ainda estão em curso.

A Operação Reconstrução construiu a Barragem de Serro Azul e cinco hospitais, o Hospital Regional de Palmares, os hospitais municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira. A Operação Reconstrução também entregou 12.131 mil casas; recuperou ou reconstruiu 71 pontes, recuperou 185 vias urbanas e 28 muros de arrimo em diversos municípios atingidos.

A Operação Reconstrução recuperou, ainda, 63,13 quilômetros de rodovias e 203 quilômetros de estradas vicinais; reconstruiu 29 escolas atingidas, revitalizou a orla de Palmares; recuperou e reconstruiu 123 bueiros e 11 passagens molhadas, promoveu a dragagem do Rio Una e criou a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico.

É absolutamente lastimável o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos. Os trabalhos da Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as enchentes causaram à população pernambucana.

É lamentável a operação desproporcional realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas. O acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial.

Logo que disponha de mais informações, o Governo de Pernambuco voltará a se pronunciar publicamente.


Governo do Estado de Pernambuco

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