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Manual retrata história de civilização antiga e da vida pré-histórica em Furnas do Estrago em Brejo da Madre de Deus


Localizada a cerca de 190 km da capital do estado de Pernambuco, o município do Brejo da Madre de Deus se destaca há mais de seis décadas pelo turismo inicialmente com o Teatro de Nova Jerusalém (no Distrito de Fazenda Nova) e mais recentemente pelo Centro Histórico (com a Casa de Câmara e Cadeia e o Museu Histórico), assim como pelo Parque das Esculturas Monumentais Nilo Coelho (fundado na década de 1980), expõe 37 peças graníticas em tamanho variável entre três e sete metros de altura. Mas, a cidade também é evidenciada pela atividade têxtil e pelo sítio arqueológico Furnas do Estrago, identificadas ainda na década de 1970 pela Universidade Federal de Pernambuco e também otimizadas em duas campanhas de escavação realizadas pela Universidade Católica de Pernambuco – Unicap, que traz um mar de descobertas para a comunidade científica e de pesquisa ainda nos dias de hoje.

Severino Ribeiro da Silva - Foto Dora Dimenstein.
“Furnas é um abrigo sobre rochas com afloramento rochoso lavado onde povos viveram há muitos séculos. Os povos que viveram na área tinham sensibilidades, inclusive musicais com a identificação de flautas e artísticas com as artes com pinturas nas pedras. E encontramos nessa área vestígios desse passado humano”, destaca o professor e pesquisador Severino Ribeiro da Silva, que produziu o manual “História do Brejo da Madre de Deus: A Vida nas Furnas do Estrago”, que detalha um pouco este importante levantamento naquela região do agreste pernambucano, a partir de pesquisa e de análise realizadas durante vários meses.

A publicação, que é resultado de um longo e detalhado trabalho realizado com incentivo do Funcultura, tem sido distribuída desde agosto entre escolas do estado e traz diversas considerações que têm sido abordadas por arqueólogos e pesquisadores assim como Severino Ribeiro da Silva há anos, porém, com acesso restrito à população estudantil do ensino médio. As informações compiladas são as mais diversas e proporcionam maior conhecimento sobre o local, situado a 1,5km oeste do centro urbano do distrito-sede do Brejo da Madre de Deus, na qual foram encontrados vestígios de sepultamentos humanos e registros de pinturas rupestres. Com diversas áreas que marcam a história da presença pré-histórica na região do agreste, o sítio arqueológico Furnas do Estrago apresenta dois abrigos importantes: o Furna do Letreiro e o Furna Cemitério, este em especial na qual foram retirados mais de 84 esqueletos humanos em apenas 15m² de espaço escavado, que proporcionam importantes saberes de uma civilização inteligente, há mais de nove mil anos.

“Com este trabalho, podemos levar conhecimento a um número maior de pessoas sobre o que acontecia com aquelas civilizações e entender os povos do passado e sua formação. Temos vestígios dessa povoação há 11 mil anos no estado, com marcas de diversos fenômenos através das pinturas rupestres, que funcionam como forma de comunicação. E o estudo de Furnas do Estrago traz essas diversas informações sobre a alimentação e história dessa sobrevivência tão antiga”, destaca Severino.

A escolha da região do Agreste pernambucano para o desenvolvimento deste estudo se mostra de extrema importância para expor a presença de sítios arqueológicos e sua filiação pictográfica ao estudo das civilizações e ainda das conexões com a tradição e a evolução da região Agreste. Diante disso, o projeto, que conta com ilustrações de Luiz Carlos Agostinho e imagens em acrílico sobre tela por Eugênio Paxelly, descortina esses elementos nesta área do agreste, porém desconhecidos de grande parte da população e dos pernambucanos.

“Encontramos assim diversos vestígios do passado que são foco de mais de quinze produções científicas e que contam a história do Brejo, através de adereços e objetos que também foram encontrados e que podem esclarecer ainda muito mais sobre esses habitantes”, enfatiza o autor do manual “História do Brejo da Madre de Deus: A Vida nas Furnas do Estrago”.

Do Blog Merece Destaque
Por Ivelise Buarque 

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