Paiva Netto. |
Na LBV, não alimentamos clima para conflito de gerações. Pelo
contrário: aliamos ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia
dadivosa dos mais moços. E o povo ganha com isso.
Estamos constantemente recordando aos jovens que um dia
também terão cabelos brancos. Da mesma forma fraternalmente falamos aos idosos,
lembrando-lhes de que já foram moços... É muito importante não esquecermos
disso...
Os jovens amanhã envelhecerão também... Se quiserem manter o
mesmo espírito de esperança, a mesma feição juvenil, apesar das naturais rugas
do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro
caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza
eterna da simpatia. Não há melhor cosmético do que a consciência tranquila.
Pode parecer um paradoxo. Todavia, o país que desampara os
seus idosos não crê no futuro da sua mocidade. Que é a nação, além de seus
componentes? Havendo futuro, os moços envelhecerão. Viverão mais. Irão
aposentar-se... Uma convicção arraigada do gozo imediato das coisas é a
demonstração da descrença no amanhã. E os que podem pensam: “Vamos viver agora,
antes que tudo acabe!”. E os que conseguirem resistir tanto que se danem... Não
há exagero algum aqui. É o que se vê. Tem-se a impressão de que muitos daqueles
que desfrutam do vigor da juventude ignoram a possibilidade de até mesmo
alcançar a decrepitude. Mas poderão chegar lá... Não existe futuro sem moços.
Também não o há sem velhos. Jovem é aquele que não perdeu o ideal.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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