Paiva Netto*
A ausência de
Solidariedade, de Fraternidade, de Generosidade tem suscitado grande defasagem
entre progresso material e amadurecimento moral e espiritual. Daí o nosso
fraterno alertamento: é hora de aplacar as paixões. Se, apenas como argumento,
o Brasil não progredir, os maiores perdedores serão os brasileiros. Além do
mais, é sempre hora de superar ressentimentos. Entretanto, não haverá Paz
enquanto persistirem cruéis discriminações e desníveis sociais criminosos,
provocados pela ganância, que, por meio de eficiente Educação com
Espiritualidade Ecumênica, devemos combater. Se não optarmos por caminhos
semelhantes, estaremos sentenciados à realidade denunciada pelo Gandhi (1869-1948): “A menos que as grandes nações abandonem seu
desejo de exploração e o espírito de violência, do qual a guerra é a expressão
natural e a bomba atômica, a consequência inevitável, não há esperança de paz
no mundo”.
A solução está em Deus
Sempre um bom
termo pode surgir quando os indivíduos nele lealmente se empenham. E isso tem feito
com que a civilização, pelo menos o que andamos vendo por aí como tal,
milagrosamente sobreviva aos seus piores tempos de loucura. A sabedoria do Talmud dá o seu recado prático: “A Paz é para o mundo o que o fermento é
para a massa”.
Exato!
Há quem prefira
referir-se ao espírito religioso, exaltando desvios patológicos ocorridos no
transcorrer dos milênios. (De modo algum incluo nestes comentários os
historiadores e analistas de bom senso.) Creio que essa conduta beligerante,
que manchou de sangue a História, urge ser distanciada de nossos corações, por
força de atos justos, porquanto maiores são as razões que nos devem
confraternizar do que as que servem para acirrar rancores. O ódio é arma voltada contra o peito de quem odeia. Muito oportuna,
então, esta advertência do pastor Martin
Luther King Jr. (1929-1968), que não negou a própria vida aos ideais que
defendeu: “Aprendemos a voar como os
pássaros e a nadar como os peixes, mas não a arte de conviver como irmãos”.
De
fato, o milagre que Deus espera dos
seres espirituais e humanos é que aprendam a amar-se, para que não
ensandeçam de vez, como na pesquisa para o uso bélico da antimatéria. O melhor altar para a veneração do Criador
são Suas criaturas. Torna-se urgente que a Humanidade tenha humanidade.
*José de Paiva
Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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