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Aos 155 anos, Diário Oficial da União deixa de ser publicado em papel


Depois de 155 anos, o Diário Oficial da União deixou de ser publicado em papel.

Deu na primeira página: vão parar as impressoras. Começou no Império. A Lei 1.177 de 9 de setembro de 1862 criou o Diário Oficial. A Família Real portuguesa trouxe para o Brasil a primeira prensa, as primeiras letras. O número um circulou no dia 1º de outubro de 1862.

No meio de uma edição, sem nenhum destaque, a Lei Áurea, o fim da escravidão, em 1888. Um ano depois, a Proclamação da República. A Constituição, o Ato Institucional número 5, que tentou calar a todos.

Se juntasse tudo, imagine o tamanho do livro. Bem maior que a edição de dezembro de 1997. Um recorde. Mais de duas mil páginas de burocracia. Por causa dela, o Diário Oficial da União ganhou o título de jornal diário com o maior número de páginas do mundo.

Leis, decretos, nomeações. O tamanho da letra não ajudava. Mas era só procurar. Para valer, as decisões do governo têm que estar no DO.

O jeitão foi mudando: um ‘F’ saiu, ganhou a palavra União e, há 20 anos, a versão eletrônica. Os 90 mil exemplares caíram para 6 mil. E na madrugada desta quinta-feira (30) acabou de vez. Agora, é na internet.

Trinta de novembro de 2017: é o próprio Diário Oficial da União entrando na história. O DO, como é conhecido, está sendo impresso pela última vez. E a natureza agradece.

Eram usadas 720 toneladas de papel por ano, quase 11 mil árvores para imprimir o DO. Palmas para a última edição.

“Para nós é com nó na garganta”, diz um funcionário.

“Para frente é que se anda”, afirma outro funcionário.

Com a segurança de que nada vai ser alterado na versão online. 

“A Imprensa Nacional utiliza recursos tecnológicos baseados em certificação digital para que esses documentos possam estar publicados na internet, no seu portal, com toda a garantia de integridade e autenticidade”, explica Symball Rufino, coordenador de Tecnologia da Imprensa Nacional.

Como lembra Gil Castello Branco, especialista em contas públicas, a população precisa ter como fiscalizar.

“O importante é que continue a haver o controle social, e ele agora existirá com muito mais facilidade”, Gil Castello Branco disse o secretário-geral da Associação Contas Abertas.

Blog Merece Destaque, com informações do G1

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