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Professor Jota Oliveira de Santa Cruz do Capibaribe


Chegou na sala de aula contando histórias, dentro da aula de Língua Portuguesa, com a voz compassada e grave, um sorriso no rosto e muita luz nos olhos...

Estávamos nos primeiros meses do ano de 2000 e eu cursava o 1° ano do Ensino Médio. Foi então que eu conheci Jota Oliveira: a memória fantástica...

Ele chegava em seu Fiat vermelho e entrava na sala de aula com os livros debaixo do braço e nas aulas era a literatura que ele mais explorava...

Contava as histórias de pessoas, de fatos, sabia as datas com exatidão, sua memória perfeita carregava um arquivo sobre nossa cidade, e ele amava contar pra gente...

O professor-locutor-radialista era também um exímio "historiador" da nossa terra. Ele guardou na mente os fatos mais marcantes, os personagens mais interessantes e, não se sabe como, ele tem na memória um campo onde guarda datas...

Desde criança, ele contemplou sua cidade e se apaixonou pela história dela; com os olhos captou tudo; e transportou para a memória tudo o que viu, tudo o que viveu...

A "memória" de Jota Oliveira é um patrimônio histórico-cultural. Com a memória, ele consegue enxergar, vai buscar na sua infinitude um passado distante que muitos tinham esquecido...

Meu professor de português dava aulas com leveza e fez com que os anos 2000, 2001 e 2002 soassem como um "tritongo", com a suavidade da poesia e da literatura e até parece que 1999 e 2003, em relação aos anos supra, foram separados por um "hiato"...


Tenho grande orgulho de ter sido seu aluno e fui muito influenciado por ele. Fico feliz que ele segue contando as histórias da nossa cidade, com uma clareza que encanta, pois ele sempre enxergou Santa Cruz com a memória e o com o coração...

Texto de Clécio Dias!

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