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Caruaru construirá moda center para sulanqueiros

DO JC ONLINE

Sofrendo com graves problemas estruturais – que vão desde a insegurança à falta de higiene –, a tradicional Feira da Sulanca de Caruaru vive um momento decisivo. Esta semana, a Prefeitura da cidade dá início a conversas diretas com os sulanqueiros para vender o projeto de transferência da feira para uma área organizada, assim como ocorreu em Santa Cruz do Capibaribe, onde os comerciantes encontram-se hoje instalados no Moda Center, que servirá de modelo para o projeto caruaruense, segundo afirmou o secretário de Gestão de Serviços Públicos de Caruaru, José Carlos Menezes.

A expectativa é que serão necessários R$ 130 milhões para a criação de um espaço semelhante na cidade. A Prefeitura cederia o terreno, cuja área não foi definida, mas que precisa ter 50 hectares e estar localizado no entroncamento das BRs 104 e 232, assim como a primeira feira da sulanca. Já os sulanqueiros bancariam a construção do centro de forma parcelada. Dessa maneira, a gestão ficaria à cargo dos comerciantes e não do poder público. O local teria toda uma estrutura para abrigar cerca de 15 mil vendedores, contando com dormitórios, boxes e espaço amplo para receber os tradicionais bancos de feira.



Afora as deficiências de infraestrutura, outra preocupação tem assombrado os gestores municipais. Com a duplicação da BR-104, prestes a receber a sua ordem de serviço, há o temor de os sulanqueiros perderem espaço para os comerciantes de Santa Cruz e Toritama. Por isso a pressa para, até o meio do ano, convencer os feirantes da viabilidade do projeto. “Se deixar para depois, a Sulanca pode se acabar. Temos que acompanhar o cronograma de obras da duplicação e estarmos com o local pronto em até dois anos e meio”, alertou o secretário.

Estão agendados para os próximos dias reuniões com a antiga diretoria do Moda Center Santa Cruz e o recebimento do orçamento de um censo da Sulanca, onde serão quantificados os feirantes naturais da cidade.

Desde o começo da década de 90, a Sulanca funciona no Parque 18 de Maio, ocupando uma área de 10 hectares. “O problema é que quando houve a mudança da feira para esse local esperava-se abrigar até 4,5 mil bancos. Hoje são 20 mil, com cerca de 40 mil pessoas, em média, trafegando pela feira toda semana. São compradores que veem do Pará, no Norte, e de toda região compreendida entre o Maranhão e a Bahia, no Nordeste”, resume Menezes. Nas palavras do secretário, os sulanqueiros hoje são “grandes heróis”, pois vivem em um quadro desumano, chegando a dormir embaixo de seus bancos, por exemplo.

Após a mudança de endereço da Sulanca, o Parque 18 de Maio teria papel importante na oxigenação do comércio da cidade, passando por um processo de revitalização. Os 35% de comerciantes que não são considerados sulanqueiros (artesãos, vendedores de outras confecções, calçados e alimentos), mas que hoje vendem seus produtos no local, permaneceriam lá. Além disso, o Parque receberia áreas de lazer, um espaço voltado para a gastronomia regional e um estacionamento para ônibus.

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