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Santa Cruz do Capibaribe, 56 anos...


No aniversário da Capital da Sulanca, nada melhor que uma poesia em homenagem a maquina de costura, principal instrumento de trabalho do nosso povo, para celebrar esta data tão importante.


O CONCERTO DA MAQUINA DE COSTURA!!!  Tem coisas da nossa infância Que a memória não apaga Mesmo já estando a distancia Mas, uma lembrança vaga Sempre aparece na mente Tal qual o causo presente Que ora faço narração Mencionando a estrutura De uma maquina de costura Daquelas movida a mão Mamãe costureira fina A melhor da região Costurar foi sua sina E com muita perfeição Por encomenda ou a pedido Trazendo qualquer tecido Ela logo transformava Em calça camisa ou vestido E no prazo estabelecido A pronta entrega se dava Costurava o dia inteiro E entrava na madrugada Ganhando pouco dinheiro E ficando muito cansada Era assim a sua luta Parecia uma disputa Ferrenha de tal maneira Pois quem a acompanhava Vez por outra exclamava Eita que mulher guerreira!!! A velha maquina citada Era de origem alemã Antiga já desgastada A marca era Leonan  Mas, forte que só um touro  Costurava sola e couro  Mescla cáqui ou morim  Seda, alvorada, bramante  Pois era muito possante  Pra costurar qualquer brim Por excesso de trabalho Já se achava enfadada Seu ponto já estava falho A lançadeira rachada E já sofriam as sequelas O mancal e as bielas Daquela velha engenhoca Mamãe se via no aperto Ninguém fazia o concerto Das peças, e nem a troca Um dia de tardezinha Em determinado momento Chegou a nossa casinha Um cidadão num jumento Usando calça culote Sentado entre dois caixotes Essa estranha criatura Disse a pai, não entre em pânico Sou apenas um mecânico Dessas maquinas de costura E de forma coerente Disse: eu ficarei tão ancho E também muito contente Se o senhor me der um rancho Aqui na sua morada Eu quero só a calçada Pra não ficar ao relento Se o senhor disser que sim Dê-me um pouco de capim Pra alimentar meu jumento!! O rancho foi concedido Depois de uma rápida entrosa O jegue foi recolhido Logo começaram a prosa Disse assim: sou um errante Um andarilho inconstante Vivo sempre a viajar Na vida não tenho acerto Sobrevivo de conserto De maquinas de costurar Minha mãe quando ouviu isso Ficou bastante animada Foi muito bom saber disso Pois tenho uma empreitada O senhor quebre meu galho Estou sofrendo no trabalho Por ser pouco o rendimento Minha maquina está quebrada Com quem deixe-a concertada Não tenho conhecimento O homem disse: senhora Vou acabar de jantar E vou começar agora Sua maquina desmontar E é com muita alegria!!! Por favor, dê-me uma bacia E peço-lhe não me condene E pra que faça a limpeza Coloque também na mesa Um litro de querosene Minha mãe preparou tudo Conforme o homem pediu Ele fez logo um estudo E a maquina conferiu Pra encontrar o defeito Disse tá quase sem jeito Portanto a hora é essa Peço-lhe que não se afronte Vai ser total o desmonte Não vai ficar uma peça E logo abriu os caixotes Onde estavam as ferramentas Foi demonstrando seus dotes Com calma sem ter tormentas E com muita maestria Colocava na bacia Cada peça que tirava E mamãe impaciente A pensar erradamente Que ele nunca mais montava Valei-me Nossa Senhora Mãe dizia comovida O que vou fazer agora Minha maquina está perdida Tava ruim, mas costurava Era melhor como estava Mesmo muito esculhambada Sem me oferecer vantagem Mas um monte de ferragem Não vai me servir de nada O homem ali sem ter medo Desmanchou ela todinha No outro dia bem cedo Deu logo uma saidinha Mamãe disse: e agora O sujeito foi embora Eu duvido ele voltar Pra findar seu compromisso Se não sabe fazer isso Pra que é que foi inventar
Depois o homem voltou
E começou a montagem
A peça que desgastou
Ele fez uma soldagem
E depois que terminou
Mamãe nela costurou
Um pano pra fazer prova
Exclamou ficou perfeita
Estou muito satisfeita
A minha maquina está nova

E assim que tudo aprontou
Ainda limpou a mesa
Mamãe lhe interrogou
Quanto foi minha despesa??
Ele disse não foi nada
Logo pegou a estrada
E seguiu sua viagem
Mostrou ali seu talento
Recebeu por pagamento
Tão somente a hospedagem
Carlos Aires 26/12/2009

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