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SELEÇÃO “FULECA”

Dr. Paulo Lima*

          Eu não sou torcedor de futebol fanático; daqueles que torcem com tanta força pelo seu time de coração, que às vezes enfartam. Eu não. Eu sou apenas um simpatizante do Sport Recife, muito embora não raras vezes só saiba do resultado dos jogos através dos jornais. Mas, confesso, é melhor ser assim que ser como alguns torcedores metidos a besta que, ao invés de torcerem pelas equipes de sua terra ou mesmo do nosso Estado, preferem torcer pelos times do Sul e Sudeste, a exemplo do Corinthias, Vasco, Fluminense, dentre outros, como se isso desse status. São, como diria minha avó “mãe nen nem”,“uns cabras bestas”. Sábia “mãe nen nem”. Às vezes a sua sinceridade chegava a doer, mas prefiro uma verdade dura a uma mentira suave. A mentira tem parte com o diabo, diria ela se viva estivesse. Eu também sou um torcedor “fuleco”, reconheço, antes que algum de vocês o digam.

              Mas chega de tergiversar e voltemos ao assunto.

          Ontem, “FELIPÃO” foi escolhido como técnico da Seleção Brasileira e já começou falando uma impropriedade com os trabalhadores do Banco do Brasil. É que o mesmo, ao se referir que só queria no time jogadores de raça, que suem a camisa em campo, disse que jogador que não quer trabalhar duro nas quatro linhas do campo tem mais é que ir trabalhar no Bando do Brasil, como se ali só estivessem vidas-boas. Pois sim. Quem quiser vá ver o que é bom prá tosse, ficar seis, sete, até oito horas em pé, diante de uma fila de pessoas para serem atendidas. Cá estou mais uma vez a tergiversar. É que já me acostumei a falar de política em meus artigos e, como disse, não entendo nada de futebol.

           Mas, falando sério, vocês viram o nome que deram ao mascote da nossa seleção? Coitado do nosso “fuleco”, ou melhor, do nosso tatu-bola. Será que já não basta o coitado se encontrar em vias de extinção, pela caça, para aplacar a fome de nossos irmãos sertanejos, com essa seca braba que parece não ter fim, agora chega um engraçadinho e coloca esse apelido desgraçado no coitado?

          Tá bom que a seleção brasileira bem que merece esse nome, pois é uma seleção “fuleca”, com todo o respeito; mas o nosso tatu-bola, não! Oxalá o “santo FELIPÃO” realize o milagre de levá-la à final nos jogos da copa de 2014, mas só acredito vendo. Eu vou mesmo é dar mesmo é uma boa risada quando a torcida aborrecida nos estádios começar a gritar nos dias de jogos: “fuleca”, “fuleca”, “fuleca”... Aí eu quero ver... Mas, com esses jogadores “fulecos” que são convocados, espere para ver se tenho ou não razão...

          E por falar nisso, já tem políticos da nossa “terrinha” que são mesmo uns “fulecos”. E não é que já estão inventando que vão ser candidatos a deputado estadual agora em 2014?

Na realidade esses “fulecos” só estão querendo mesmo é valorizar o seu passe na hora em que forem negociar os votos que tiveram nas eleições municipais, com alguns deputados estaduais e federais, para vender a mercadoria bem cara, como se voto de eleitor fosse mercadoria a ser negociada na feira. Vocês vão ver só. Na hora “h” o “fuleco” vai é cair fora, com o bolso cheio da grana.

          Mas é bem feito, diria você, meu caro amigo e paciente leitor. Quem manda o eleitor ser besta?!

        Entretanto, como sempre tenho dito, otimista inveterado que sou, um dia a coisa muda e o povo vai finalmente enxergar que só vale à pena votar em pessoas honestas; pessoas de caráter, com vergonha na cara e que não faça da eleição um modo de ficar rico às custas dos otários e, claro, às custas do dinheiro do povo.

          Enquanto isso vamos ficar na torcida. Quem sabe a nossa seleção “fuleca” não chegue lá? O Santo FELIPÃO taí prá isso!

Um abraço a todos.

*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.

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