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Goleiro Bruno é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza Samudio

Sentença foi pronunciada no início da madrugada desta sexta-feira, no Fórum de Contagem (MG)

Foto divulgada pela Justiça de Minas Gerais mostra Bruno durante julgamento na tarde de quinta-feiraFoto: TJMG / Divulgação


O principal julgamento do caso Eliza Samudio foi definido no começo da madrugada desta sexta-feira. O goleiro Bruno Fernandes de Souza foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, sendo 17 anos e seis meses em regime inicialmente fechado. Sua ex-mulher, Dayanne Souza, foi absolvida. 

Bruno foi considerado culpado de todos os crimes dos quais que era acusado: homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, com emprego de método que dificultou a defesa da vítima e com emprego de meio cruel (asfixia) —, ocultação de cadáver e sequestro.

Dayanne Souza estava no banco dos réus acusada do sequestro e cárcere privado do bebê que a vítima teve com o atleta. A promotoria entendeu que ela deveria ser inocentada porque foi "coagida".

O julgamento, que ocorreu no Fórum de Contagem (MG), teve sete jurados e foi comandado pela juíza Marixa Fabiane. Durante a leitura da sentença, a juíza destacou que Bruno "demonstrou ser pessoa fria, violenta e dissimulada" e afirmou que "a culpabilidade é intensa e altamente reprovável".

— Ficou cristalino o interesse do réu em suprimir a vida de Eliza Samudio. Agiu de forma dissimulada sobre sua real intenção — afirmou a juíza. — O desenrolar do crime de homicídio conta com detalhes sórdidos e demonstração de absoluta impiedade.

O advogado da Bruno, Lúcio Adolfo afirmou que recorrerá da decisão. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro afirmou que esperava uma pena maior, de 28 a 30 anos de prisão, e anunciou que vai também deve recorrer.

Bruno está preso desde 7 de julho de 2010. Eliza desapareceu em junho do mesmo ano e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro, na época titular do Flamengo.

Goleiro só falou uma vez nesta quinta

O dia começou com os debates entre acusação e defesa, que trocaram uma série de ataques. Bruno respondeu a uma única pergunta feita pelo seu advogado, Lúcio Adolfo da Silva, para esclarecer um ponto do testemunho dado na quarta-feira. O advogado questionou se ele sabia que Eliza iria morrer, e o goleiro afirmou:

— Sabia e imaginava que Eliza ia morrer pelas brigas constantes (com Macarrão, amigo e braço direito do jogador).

Na sequência, Bruno disse que não iria mais responder nem perguntas da defesa. A ação pode ter sido uma última estratégia dos advogados do goleiro. Após a resposta, o advogado de defesa declarou que não faria nenhum acordo.

— Não faça cena no plenário porque nunca houve acordo — rebateu o promotor Henry Vasconcelos.

A acusação pediu a condenação de Bruno em todos os crimes e afirmou até que o goleiro tem ligações com o tráfico de drogas. Henry classificou como "hipócrita" a alegação inicial da defesa de que não havia crime porque o corpo de Eliza nunca foi encontrado. No caso de Dayanne, no entanto, foi favorável à absolvição.

Já a defesa centrou boa parte de sua sustentação oral em ataques à Polícia Civil, ao Ministério Público e à mídia. Segundo o advogado de defesa, a imprensa já havia sentenciado os réus e apenas "esperava a condenação" também por parte do conselho de sentença.

Após as alegações de ambas as partes, por volta de 23h40min desta quinta-feira, o júri se reuniu em uma sala para tomar a decisão. A sentença foi lida às 2h09min desta sexta-feira.


Do ZERO HORA

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