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JOIAS DA NOSSA FAUNA - ARAÇARI DE BICO BRANCO

Dia 10/09/2016, eu e o parceiro Éder Neves fomos passarinhar um pouco mas longe que o habitual. Fomos desbravar as matas de Murici, no Estado de Alagoas.
As 4:00 horas da manhã, ainda no escuro, partimos com nosso guia para a reserva ecológica de Murici. A previsão do tempo estava bem favorável para um belo passeio.
Chegando lá, nos deparamos com uma mata maravilhosa. Vegetação nativa bem preservada, com nascentes de água e diversas espécies de aves.

Começamos a trilha na maior empolgação, pois por estarmos em um novo ambiente, a possibilidade de avistarmos outras espécies era enorme.
Escutávamos muitos e muitos pássaros cantando, mas a mata densa nos impedia a visualização. Eu em particular, já estava ficando injuriado, pois em determinado momento eu me senti sem dinheiro, dentro de um shopping em promoção...rssrs. Escutava de tudo, inclusive espécies que eu jamais avistei, mas visualização que era o foco, nada...

As horas foram passando. Com certa dificuldade, as espécies foram aparecendo e eu fui registrando. Apesar do cansaço de ter andado aproximadamente 12km sem comer ou beber nada, já estava um pouco mais contente pelos registros, mas confesso que já estava querendo ir embora.
Por volta das 16:00hrs. eu apertei um pouco o passo e deixei os colegas para trás. Mais à frente, avistei um tronco caído e não resisti uma parada para descansar. Meus pés já estavam gritando, até mais do que o estômago.
Recuperei o fôlego e comecei a esticar um pouco as pernas e costas. Quando estamos procurando pássaros, ficamos muito tempo com a cabeça levantada e isso termina por causar certo incômodo depois de algum tempo. Já estávamos a 12 horas no mato... Apesar de ser muito prazeroso, não é moleza... Tem que gostar muito disso para encarar esse desafio.

Estava eu muito bem sentado quando escuto um canto da Pomba-trocal, ave típica de Mata Atlântica, muito bonita (só vi por fotos).
Liguei meu equipamento de som, na esperança dela responder e quem sabe, vir de encontro. Seria muita sorte, mas quem não arrisca...
Foi nesse instante que eu escutei um barulho no alto atrás de mim. Virei um pouco a cabeça para tentar identificar o que poderia ser. Mal podia acreditar em meus olhos... avistei o incrível ARAÇARI DE BICO BRANCO, ave linda e arisca, que só se encontra na Mata Atlântica e Amazônia.
Minha respiração parou na hora e eu sentia meu coração acelerando... Quase dei um nó nas costas para fotografar essa ave, de modo a me mexer o mínimo possível. Não poderia correr nenhum risco dela me ver e se espantar comigo. Uma ave que eu só tinha visto por foto, não saberia quando a sorte ou a permissão de Deus pudesse me colocar novamente à frente com essa espécie tão linda.
Após garantir o registro, me levantei em câmera lenta e procurei ficar numa posição mais confortável e favorável aos registros. Deu certo... fiz a festa.
Eu gritava por dentro, pois apesar da imensa alegria que invadiu minha alma naquele momento, eu não poderia fazer barulho para não espantar as aves.
Tive tempo de registrar e contemplar a beleza da perfeição da criação de nosso Pai Celestial, que é sempre perfeito em tudo.
A ave é simplesmente incrível. Aerodinâmica perfeita, para combinar equilíbrio e beleza para fazer voar com perfeição uma ave com bico tao grande.
Foi a minha redenção. Eu que estava um pouco chateado por não ter conseguido muitos registros, mal sabia o que Papai do céu reservava para mim, no finalzinho do passeio.
Registrei, observei, agradeci a Deus e lamentei pelos outros companheiros que não puderam estar presentes para dividirmos essa alegria.
Depois percebi que era um bando com 5 indivíduos lindíssimos.
São momentos como esses que eu me sinto conectado com Deus e com a Natureza. Esqueci o cansaço, a sede, a fome e as dores. Só a alegria tomava conta de mim naquele momento.
Meus amigos apontaram na trilha e eu comecei a fazer sinais de vibração. Comemorei como se tivesse ganho uma medalha de ouro olímpica.
Espero que essa alegria se repita em meu coração muitas e muitas vezes.

Admilson Gomes

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