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JOIAS DA NOSSA FAUNA - RENDEIRA

Fotografar pássaros é uma arte que me fascina, pois além da beleza das imagens, o ato não é tão simples quanto possa parecer. O pássaro não fica posando à espera que você regule as configurações de disparo de seu equipamento para garantir uma boa qualidade do registro e nem tampouco irá permitir uma aproximação sua.
Em raros casos, algumas espécies chegam mais perto por curiosidade ou permitem a aproximação de pessoas.
Por trás de todos os registros sempre tem alguma história que envolve cada momento e isso também faz parte desse maravilhoso passatempo que eu escolhi.
Além de ser um ótimo exercício para distrair a mente, os registros são de grande importância para o levantamento da avifauna da região. Já "descobrimos" diversas espécies que não haviam registros ou que eram muito pouco divulgados.
Infelizmente ainda vemos caçadores e gaioleiros rondando a região, sejam para comercializarem as aves como animais de estimação ou mesmo para serem servidos como tira-gosto em bares da localidade ou em suas residências.
Hoje vou dividir com vocês a história da foto da Rendeira, um passarinho miudinho e muito simpático que habita a Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Amazônia.
Era manhã do dia 07/08/2016. Estava passarinhando com Almir e Éder Neves. Já havíamos feito vários registros e eu estava conversando com Almir sobre o passeio anterior que eu havia feito em Brejo da Madre de Deus. Contava sobre o avistamento que fiz da rendeira e como eu achava engraçado o som que ele emite com um rápido bater de asas, pois se parece com um taser (máquina de choque). E naquele papo, soltei o som da rendeira para mostrar ao colega como era diferente. E não é que o bichinho respondeu? Foi engraçado a nossa cara de espanto, um olhando para o outro quase sem acreditar, pois acreditávamos que essa espécie só habitava as regiões de mata mais densa e mais úmida.
Comuniquei o achado para Éder, que estava um pouco mais afastado de nós. Iniciamos nosso habito rotineiro de alerta, que é ficar imóvel e em silêncio, tentando se camuflar em meio a vegetação para não assustar o passarinho.
Poucos minutos se passaram até que a rendeira se mostrou para nós. Foi um encanto. Ficamos contentes pelo achado e surpresos com o acaso do momento que encontrarmos o bichinho.
A resenha ficou por conta de Almir que quase chora porque a rendeira saia muito rápido da posição, antes que ele pudesse fazer o registro, mas depois, todos nós conseguimos ótimas fotos.
Fotografar aves é isso. Um misto de habilidade, persistência e sorte. Em determinados dias, o que parece óbvio fica difícil e o que parece improvável de mostra.





Admilson Gomes

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