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Cinco policiais presos na Operação Hostes atuavam no 24º Batalhão, em Santa Cruz do Capibaribe

Organização foi desarticulada pela 'Operação Hostes', deflagrada na terça-feira (15), no Recife e no interior. Grupo praticou homicídios, fez segurança de políticos e efetuou prisões ilegais, mesmo com fardas e armas da corporação.


Policiais militares presos por integrar uma milícia em Pernambuco são responsáveis por atentados a residências de oficiais da PM. Eles tentaram intimidar os superiores para manter nos batalhões os membros da organização envolvidos em segurança privada de políticos, prisões ilegais feitas com uso de fardas e armas da corporação, além de e assassinatos ocorridos no Agreste do estado.

Essas são as conclusões apontadas pela ‘Operação Hostes’, deflagrada na terça-feira (15), no Recife e no interior. De acordo com o delegado Bruno Vital, da Divisão de Homicídios do Agreste, as investigações, iniciadas em setembro de 2016, tiveram como ponto de partida os atentados aos oficiais da PM.
“Esses PMs foram ameaçados e tiveram residências atingidas por disparos de arma de fogo. Precisávamos saber o que estava acontecendo e entender essas ameaças”, observou, durante coletiva nesta quarta (16), no Recife.
Ao longo da apuração, foi possível chegar a essa organização criminosa. Liderado por um sargento com mais de 10 anos de corporação, o grupo, segundo a polícia, praticava esses atentados para manter a atuação na região.
“Eles intimidavam os superiores para evitar as transferências de batalhão e mudanças de escala. Eles tinham interesse em manter a atuação na cidade”, afirmou o delegado.
Durante a entrevista coletiva desta quarta-feira (16), na sede da Polícia Civil, as autoridades apontaram que oito mandados de prisão e sete de busca e apreensão foram cumpridos. Participaram integrantes da Polícia Militar e da Civil, além do Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

Do total, cinco presos são PMs que atuavam no 24° Batalhão de Santa Cruz do Capibaribe, e praticavam os crimes em municípios vizinhos, como Caruaru e Taquaritinga do Norte. Os alvos da operação negam a participação nos crimes, segundo a polícia Civil.
Vários crimes

Bem organizada e com hierarquia, o grupo tinha vários núcleos de atuação. Os PMs usavam fardas, viaturas e armamentos da corporação para prestar serviços ilegais aos clientes, que eram, normalmente, comerciantes e empresários.
“Eles fizeram também segurança para candidatos nas eleições municipais de 2016”, apontou Bruno Vital.
Ao grupo também é atribuída a prática de homicídios, com seis casos investigados, segundo Vital. As vítimas eram pessoas que praticavam roubos e pequenos furtos nas áreas comerciais.
“Eles envolviam civis no grupo e chegava a oferecer material para eles”, acrescentou.
Para o delegado Nehemias Falcão, com a prisão dos integrantes da milícia será possível reduzir o número de crimes no Agreste.
“Era uma organização nociva. Uma polícia paralela, que usava o serviço para esconder atividades ilícitas”, afirma.
O diretor da PM no interior, coronel Flávio Moraes, ressaltou a participação das corporações nas investigações, que tiveram apoio do Ministério Público.
“Agora, eles serão levados ao conselho de disciplina e poderão ser expulsos”, declarou.
O procurador Ricardo Lapenda, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), destacou que os integrantes da milícia, que estão presos, poderão fazer delação premiada.
“Se houver informações importantes que ajudem a prender mais envolvidos ou reforçar o trabalho, eles poderão ser beneficiados”, comentou.

Fonte: G1 Pernambuco

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