Há algo errado com a economia vigente. Ao lado de sua
face racional, tem de se dispor a cordial, isto é, a
inteligência do coração. Em oportunidade não muito distante — esperamos que
assim seja —, os corifeus do capitalismo, que sempre se destacaram pelo
espírito “pragmático”, irão perceber que a mundialização derrubará todas as
espécies de barreiras que lhes serviam de anteparo.
Não mais haverá oceanos que separem continentes. Se os
corruptos já se aproveitam disso — e não é de hoje —, que os homens de bem
possam globalizar, com maior rapidez, o Amor Fraterno, valendo-se do grande
privilégio do regime democrático, que é a liberdade com alto sentido de dever.
Portanto, jamais se esqueçam de que a Democracia é o regime da
responsabilidade, como a Economia também o é, de forma que venha a existir o
equilíbrio no mundo. A força não é solução, nem no curto prazo, muito menos
para sempre (...).
Jesus, na Boa Nova, segundo Lucas, 16:8, lamentou que “(...)
os filhos do Evangelho são menos perspicazes que os filhos do mundo”.
“Quousque tandem?” 1 — continuaria perguntando Cícero (106-43 a.C.) ao
criminoso Catilina (108-62 a.C.). Sim, até quando os filhos da Luz serão
menos audazes?
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
__________________________
1 Nota de Paiva Netto
Frase de Cícero (106-43 a.C.) — Marcus Tullius Cícero foi um orador e político romano.
Ficou famoso o seu eloquente repúdio a Catilina — Lucius Sergius Catilina
(108-62 a.C.) —, quando este teve a audácia de comparecer ao Senado Romano
depois de descoberta a sua conspiração contra a República: “Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?” (Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?). Cícero publicou,
além de tratados de retórica, obras de Filosofia.
_________________________
Trecho extraído do novo livro Tesouros da Alma (Editora
Elevação), de Paiva Netto, 304
páginas.
0 Comentários