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Artigo: O sonho da água


A água é base para toda atividade humana, seja qual for o setor produtivo a água estará presente, sua formulação por alguns tratada como mística é o pilar fundamental da vida. Onde há abundância da água há riqueza, essa máxima é observada em todos os períodos históricos dos quais temos conhecimento onde sua presença e a sua escassez definiram o progresso e a decadência de civilizações. 

Os registros históricos na região Nordeste do Brasil apresentam frequentes episódios de estiagens severas nas quais a população sucumbia a total miséria ainda mais grave se comparada a regiões devastadas no pós-guerra. Essa escassez sazonal limitou o desenvolvimento regional e criou estereótipos apegados a imagem da terra rachada, do campo com plantas mortas, de construções rudimentares erguidas em madeira e barro, contrastando com seus prósperos núcleos urbanos espalhados pelo interior imprimindo um potencial econômico sem igual limitado apenas pela falta d’água. 

Anualmente rios de recursos são anunciados na grande mídia, mostrando “compaixão aos irmãos nordestinos” frente a sociedade com fortes raízes imperialistas e ou oligárquicas, onde conquistar e permanecer no poder é mais importante que resolver os problemas sociais quais vivem de promessas a cada quatro anos ou distribuir migalhas aos sedentos de auxílio, almejando o titulo de herói da nação. É nessa repetição de quadros que vive o povo nordestino, felizmente agraciados com a “obra da redenção” assim aclamado o Projeto Integração São Francisco (PISF), que mesmo repleto de polêmicas, obras atrasadas e dúvidas sobre sua real eficácia tenta a seu modo ao menos amenizar a problemática da seca. 

Nesse último evento de severa estiagem evidenciou a limitação do rio da integração em suprir as necessidades das populações e sua área de influência bem, com regiões mais distantes, nos restando a dúvida: É realmente possível acabar com a seca no Nordeste ? 

De iniciativa popular e visionária, a proposta de trazer água da bacia amazônica afirma ser possível, segundo os primeiros estudos, um traçado de 1626 km, priorizando o uso da gravidade entre a bahia do Capim no Pará e o lago de Sobradinho na Bahia e deste derivando inúmeros ramais apresenta-se como plausível e merecedora de atenção visto que o rio Amazonas é o maior do planeta e a retirada de uma mera fração de seu grande volume é mais que o suficiente para matar a sede no Nordeste, garantindo o pleno desenvolvimento seguido de explosão econômica jamais vista bem como garantir a segurança hídrica de outras regiões do país. É para aquele que vê o lindo céu azul o verdadeiro sonho da água.

Escrito por Marcio Silva Costa
Foto: Almir Neves / Blog Merece Destaque

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