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Ontem podíamos abraçar, mas não tínhamos tempo...

Por Clécio Dias


Ontem podíamos abraçar, mas não tínhamos tempo. Hoje, na quarentena, temos todo o tempo do mundo, mas não podemos abraçar...

Quando tínhamos as pessoas por perto preferíamos ficar no celular. Agora, distante das pessoas, percebemos a falta que elas fazem...

O coronavírus se espalha sem que qualquer invenção humana seja capaz de contê-lo...

Os países mais ricos foram os primeiros atingidos...

De repente, sob o ângulo do coronavírus, somos todos iguais...

O coronavírus veio revolucionar o modo de vida da humanidade, talvez até dizer que o ser humano não estava vivendo....

Mas, de repente, percebemos o que é prioridade e o que é trivial...

Por mais riqueza e poder que uma pessoa possa ter, se ela parar de respirar, tudo “o que se tem” ou tudo “o que se pensa que é” não vale nada...

Amargamos a disseminação de ideias desumanas de que só morrerão idosos, diabéticos e hipertensos...

Ah, se soubessem o valor dos idosos. Os idosos são a “baraúna” das famílias, quando vão embora deixam um vazio nunca mais preenchido...

Só entende isso quem tem aquele avô preocupado, aquela avó carinhosa, aquele pai dedicado e aquela mãe amorosa, muitas vezes, incondicional...

A diabetes e a hipertensão há muito tempo viraram epidemia e muitos jovens por elas são acometidos e nem por isso devem ser abandonados...

De repente, nos deparamos com a frieza humana, com a supervalorização do dinheiro, do comércio e das mercadorias...

Incrível é notar que os caixões enfileirados sem espaço nos cemitérios e os corpos cremados sem velório não são capazes de sensibilizar a alma “humana” que há séculos se transformou em “entidade capitalista” ...

O vírus segue numa velocidade nunca vista, invadindo continentes, países, tirando vidas, deixando órfãos, esvaziando ruas e roubando o último abraço das pessoas que, na correria da vida moderna, já não sabiam mais o significado de um abraço!!!

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