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Ar-condicionado: locais com grande circulação de pessoas precisam reforçar manutenção

Sem os devidos cuidados, aparelhos podem colaborar para transmissão de doenças. Por lei, estabelecimentos precisam ter plano de manutenção.


Embora ainda não haja um consenso científico sobre a transmissão do novo coronavírus pelo ar, estudos recentes propõem que o ar-condicionado pode, sim, auxiliar nesse processo, assim como ocorre com diversas outras doenças. A boa notícia é que, por outro lado, ele também pode ser eficiente para manter a qualidade do ar e evitar a dispersão de micro-organismos, desde que usado corretamente e que as manutenções estejam em dia. O alerta é do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado de Pernambuco (Sindratar-PE) e vale, especialmente, para os ambientes com grande circulação de pessoas - como supermercados, hospitais e bancos, por exemplo. Em meio à pandemia, o Sindratar-PE destaca a importância de que o setor seja considerado como serviço essencial e, assim, possa dar suporte aos demais setores.

De acordo com o presidente do Sindratar-PE, Daniel Lima, uma das formas de evitar a propagação de doenças é garantindo que o sistema de climatização promova a renovação do ar. “Para isso, ele capta o ar externo, para ter a renovação do ar interno, evitando que o ar presente no interior dos ambientes fique viciado. Isso deve ser observado com rigor e só pode ser feito quando há manutenção periódica. A limpeza e troca dos filtros também são questões importantes. Se o equipamento estiver limpo, diminui o risco de transmissão”, ressalta Lima. Além disso, em ambientes com grande circulação de pessoas, equipamentos do tipo split devem ser evitados, pois eles não promovem a renovação do ar. “Nesse caso, é preciso fazer uma adequação do sistema”, pontua.

Todas as regras relativas ao assunto estão elencadas na Lei nº 13.589/2018, que determina que todos os edifícios de uso público e coletivo tenham um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos seus sistemas de climatização. “Esse plano estabelece regras para que a qualidade do ar seja mantida. Existem parâmetros específicos que precisam ser minimamente seguidos para diminuir os riscos à saúde e garantir o bem-estar da população”, pondera Lima.

SERVIÇO ESSENCIAL

O decreto presidencial nº 10.329, em vigor desde o dia 29 de abril, reconhece as atividades relacionadas à manutenção de equipamentos de refrigeração e climatização como essenciais durante o período da pandemia da Covid-19, inclusive com parecer favorável da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em Pernambuco, no entanto, não há, até agora, nenhum indicativo de que o Governo Estadual irá seguir o mesmo direcionamento.

Na visão do empresário, esse posicionamento - ou, mais precisamente, a falta dele - é preocupante, uma vez que os serviços de manutenção precisam continuar sendo feitos para garantir a saúde das pessoas. “Encaminhamos uma solicitação para o gabinete do Governador ainda no início do isolamento social, mas não nos deram nenhuma resposta. Estávamos conseguindo atender, mas não saberemos como continuaremos a prestar nossos serviços neste cenário de quase restrição total, uma vez que não estamos entre os serviços considerados essenciais”, critica Daniel Lima.

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