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Linguagem ajuda a regular o comportamento infantil

Quanto menos a criança fala pior é o seu comportamento.


Quando a criança começa a crescer, é muito comum que os pais e toda a família fiquem ansiosos com seu desenvolvimento. E o início da fala, com as primeiras palavrinhas, talvez seja o momento mais esperado pela maioria. Afinal, é por meio delas que o bebê vai melhor se comunicar com quem o cerca. Porém, muitas vezes, a linguagem não “chega” tão facilmente e a criança pode apresentar mudanças de comportamento exatamente por não conseguir se se comunicar.

De fato, a linguagem é uma ferramenta importante que permite que a criança regule e controle seu comportamento. “O que você faz quando está morrendo de fome e não pode comer? Fala que está com fome, nem que seja para a pessoa que está atrás na fila. O que você faz quando está cansado e morrendo de sono, mas não pode dormir? Fala! Ou até publica um meme no seu insta. O que você faz quando o namorado termina a relação? Liga pra melhor amiga. Quando seu filho fica doente? Fala com sua mãe ou no grupo de mães do WhatsApp. Por quê? Porque falar ajuda a lidar com as situações, ajuda a materializar em forma de palavras o que está sentindo, a organizar os pensamentos e a colocar pra fora a angústia o sentimento que está fazendo mal. Falar ajuda a controlar e adequar o comportamento", explica Juliana Trentini do Canal Fala Fono , autora do livro “Aprendendo a Falar”, criadora do curso Fala Bebê e profissional dedicada ao desenvolvimento da fala, aquisição da linguagem e intervenção precoce. E o mesmo acontece com as crianças.

Mas, então, o que acontece quando falar não é possível? Juliana esclarece que crianças com atraso de linguagem receptiva vão ter dificuldade de entender o que acontece à sua volta e o porquê das coisas. “Isso gera frustrações e desentendimento. Crianças com dificuldade de expressão por problemas de linguagem ou fala vão muitas vezes se sentir incompreendidas e mostrar seus sentimentos por meio de comportamentos agressivos, impulsivos, ou crises de choro e birra”, conclui.

E como os pais podem ajudar suas crianças? A seguir, a fonoaudióloga explica algumas ferramentas que podem ajudar:

1. "Fale por elas. Isso mesmo! Coloque em palavras o que você imagina que ela esteja sentindo e valide seus sentimentos. Diga que entende porque ela se sente assim. É importante para que seu filho entenda o nome daquele sentimento ou situação.Quando a criança está tomada de sentimentos seus comportamentos gritam isso, podemos validar esta comunicação e falar por ela mostrando que sim ela é compreendida e também que a linguagem proporciona o valioso poder de se expressar de forma cada vez mais precisa. Importante lembrar que falar pela criança é ruim quando a gente se antecipa e não dá espaço para ela falar".

2. "Se puder fazer um trabalho com desenhos é muito interessante. Faça um caderno de sentimentos e desenhe com ele ou ela rostinhos tristes, felizes, frustrados, com sono, com fome, com raiva etc. Quando ela estiver com o comportamento fervilhando, mostre o caderno e converse sobre o que ela está sentindo e sobre a situação. Você vai ver como tudo melhora e a poeira baixa";

3. “Faça um exercício de empatia e se coloque no lugar da sua criança, que muitas vezes, além de não poder falar; não tem recursos mentais internos para entender, repensar, racionalizar e elaborar as situações e os sentimentos por falta de linguagem, por falta da ferramenta mais importante para a comunicação humana”.

4. Se você perceber um atraso no desenvolvimento da fala do seu filho, seja na recepção e compreensão da linguagem ou na verbalização das palavrinhas a partir do primeiro ano de vida, vale buscar a avaliação de um fonoaudiólogo para verificar se há atrasos de fato ou se há algum motivo clínico que possa impedir a comunicação verbal dele. É importante observar a chegada das primeiras palavras ao completar 12 meses e o aumento de vocabulário gradativamente depois desse momento. O diálogo é construído aos poucos, mas sempre em evolução, sem pausas nem regressões.

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