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No Dia Mundial Da Voz, pacientes sem cordas vocais fazem apresentação musical no HCP

Formado por pacientes laringectomizados, a apresentação marca os 10 anos do Coral Ressoar.


Já imaginou como seria ficar sem voz? Essa é a realidade dos 27 integrantes do Coral Ressoar, formado por pacientes laringectomizados totais, que passaram pela cirurgia de retirada total da laringe (órgão responsável pela voz) em virtude do câncer. O projeto, criado em 2013 pela equipe do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), faz parte da reabilitação vocal desses pacientes, que precisam reaprender a falar em decorrência da doença. No dia 14 de abril (sexta-feira), às 8h, no jardim do hospital, eles fazem uma apresentação musical para comemorar os 10 anos do grupo, mas também como forma de chamar atenção para o Dia Mundial da Voz, comemorado em 16 de abril.

Os integrantes do Coral Ressoar são reabilitados em uma ou mais das três formas de reabilitação vocal: voz esofágica (técnicas de aspiração, deglutição e ejeção do ar), laringe eletrônica (equipamento de vibração sonora contínua, que emite palavras com uma voz robótica através da articulação dos lábios) e/ou prótese traqueoesofágica (equipamento acoplado a fístula traqueoesofágica que possibilita a fonação mediante a traqueostomia). O projeto também busca promover a socialização e a qualidade de vida através da música, além de mostrar aos pacientes que eles podem superar os seus próprios limites. Com o canto, os integrantes se beneficiam não somente com a reabilitação, mas também pela satisfação de ver pessoas se emocionando com suas histórias de vida. Os ensaios são mensais, na capela do HCP, e tem a fonoaudióloga Erika Espíndola como regente, desde 2014. As apresentações são realizadas interna e externa à instituição, passando a mensagem de superação, diversidade vocal e a importância do diagnóstico precoce, do combate ao tabagismo.

No Dia Mundial da Voz, HCP também faz alerta

A voz é usada por grande parte da população como símbolo de expressão e comunicação, principalmente aqueles que a utilizam na profissão, como radialistas, professores, jornalistas, atores e cantores. Porém, manter a voz requer cuidado, várias ações do dia a dia podem prejudicar e, até mesmo, cessá-la completamente. No Dia Mundial da Voz, celebrado em 16 de abril, entidades de saúde alertam para os cuidados que podem evitar ou identificar problemas na voz precocemente. Referência em oncologia, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) preparou alguns conteúdos informativos que estarão disponíveis nas redes sociais @sigahcp e, também, serão entregues pessoalmente aos espectadores da apresentação do Coral Ressoar, na sexta-feira (14).

Ao longo da vida, a voz se modifica naturalmente em virtude das transformações de crescimento e envelhecimento das estruturas responsáveis pela produção vocal. Porém, algumas ações do dia a dia, assim como algumas doenças, como o câncer de laringe, podem trazer alterações muitas vezes irreversíveis. Rouquidão, falha e/ou quebras na voz, cansaço ao falar, voz fraca ao final do dia, mudança no tom da voz (voz grossa ou voz fina) e dor/ ardência/ incômodo na garganta ao falar podem indicam que é necessário procurar um fonoaudiólogo, otorrinolaringologista e/ou um especialista em cabeça e pescoço.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de câncer de laringe, devendo diagnosticar a cada ano do triênio 2023-2025, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), novos 7.790 casos. Os grandes vilões são o cigarro e o álcool. Associado ao fumo, o consumo de bebidas alcoólicas triplica as chances de desenvolver a doença. O principal tratamento para este tipo de câncer é a laringectomia (retirada da laringe e, consequentemente, das cordas vocais).

Além do câncer de laringe, que está associado ao uso de álcool e tabaco, atos diários podem contribuir para a perda da voz, como gritar, falar por muito tempo sem interrupção, falar alto demais, falar rápido demais, tossir e/ou pigarrear constantemente, exagerar em alimentos gordurosos e muito condimentados, problemas alérgicos e/ou respiratórios, problemas digestivos e estresse.

Da mesma forma, algumas medidas simples no dia a dia são importantes no cuidado com a voz e na prevenção de doenças, como beber água regularmente (pelo menos, 2 litros), procurar não falar em excesso ou muitas horas consecutivas, não falar mais alto do que o necessário, evitar pigarrear ou tossir para “limpar a garganta”, não fumar e evite bebidas alcoólicas, não force para falar quando estiver rouco e, o mais importante, procurar um especialista em ao identificar qualquer alteração frequente na voz.

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