No artigo dessa semana, o especialista em TCC Rubens Soares aprofunda a ligação entre Redes Sociais e Autoestima.
Lucas, um jovem de 25 anos, passa horas todos os dias navegando por suas redes sociais. Ele se vê constantemente comparando sua vida com a de influenciadores, amigos e até mesmo desconhecidos. As viagens exóticas, os corpos esculpidos e os relacionamentos aparentemente perfeitos fazem com que Lucas se sinta inadequado e insatisfeito com sua própria realidade.
Esse sentimento não é exclusivo de Lucas. Em um mundo digitalizado, muitos de nós caímos na armadilha de comparar nossas vidas "comuns" com os destaques cuidadosamente selecionados e frequentemente editados que vemos online. Uma pesquisa recente da Pew Research Center revelou que 60% dos adultos jovens sentem pressão para postar conteúdo que faça com que pareçam bem-sucedidos aos olhos dos outros, destacando a influência das redes sociais em nossa autoimagem.
Mas, e se houvesse uma maneira de desafiar essas crenças irracionais e reconhecer o impacto das redes sociais em nossa autoestima? Aqui, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) entra em cena. A TCC ajuda os indivíduos a identificar e desafiar pensamentos e crenças distorcidos, muitos dos quais são exacerbados pelo "mundo perfeito" das redes sociais.
A técnica da TCC foca em ajudar os pacientes a reconhecer padrões de pensamento negativos e a substituí-los por perspectivas mais realistas e saudáveis. No caso de Lucas, um terapeuta poderia ajudá-lo a perceber que as imagens online são apenas uma fração da realidade e que comparar-se constantemente com os outros é uma batalha que ninguém pode vencer.
Além disso, a TCC oferece ferramentas práticas para lidar com a pressão das redes sociais. Algumas dessas estratégias incluem:
1. Limitar o tempo nas redes sociais: Definir um tempo específico para verificar as redes pode reduzir a compulsão de comparação.
2. Curar seu feed: Seguir contas que promovem positividade, autenticidade e bem-estar pode fazer uma grande diferença.
3. Prática de gratidão: Focar no que você tem, em vez do que falta, pode ajudar a combater sentimentos de inadequação.
4. Desconectar-se periodicamente: Fazer pausas regulares das redes sociais pode ser revigorante e oferecer uma perspectiva mais equilibrada da vida.
Ao final, Lucas, com a ajuda da TCC, aprendeu a ver as redes sociais como uma ferramenta e não como um espelho fiel da realidade. Ele entendeu que sua autoestima não deve ser definida por comparações online, mas sim por seu valor intrínseco e conquistas pessoais.
Em um mundo onde a perfeição online é a norma, é essencial lembrar que todos nós temos nossas lutas e imperfeições. Ao abordar as redes sociais com uma mentalidade crítica e cuidadosa, podemos desfrutar dos aspectos positivos da conexão digital sem comprometer nossa saúde mental.
Sobre o Autor
Rubens Soares é psicólogo graduado pelo IMES e possui pós-graduação em Neuropsicologia pela UNIARA. Especializado em Terapia Cognitivo-Comportamental, Rubens tem experiência no tratamento de questões relacionadas à autoestima e ao impacto das redes sociais na saúde mental. Com uma abordagem centrada no paciente, ele busca ajudar os indivíduos a navegar pelo mundo digital de maneira saudável e equilibrada. Atualmente, além de sua prática clínica em Borborema, SP, Rubens compartilha insights e dicas sobre bem-estar emocional em plataformas digitais.
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