Professor Carlos Malafaia. |
É comum
ouvirmos dizer “educação é importante”. O termo é quase um consenso social,
embora não ultrapasse os limites da consciência da expressão. Quando decidimos
que algo é importante para nós não medimos esforços para preservar, manter,
cuidar e viver para que aquele “algo” preencha, de fato e de direito, o espaço
destinado em nossas vidas para coisas que valham a pena investir, se dedicar.
Ora, se a
educação é importante porque os governantes, os educadores, os alunos, a
sociedade não dá a ela a atenção devida às “coisas importantes”. É sabido o
potencial transformador de um povo instruído; está aí países como China,
Cingapura, Finlândia e tantos outros que reverteram um quadro de desigualdade
social e de subdesenvolvimento para uma situação de destaque no cenário
mundial, através de investimento maciço em educação.
É sabido
também, que o povo mais escolarizado questiona mais, exige mudanças, compreende
qual o seu papel no contexto social e torna-se menos vulnerável às vicissitudes
políticas de governantes que não pensam no bem comum.
Educação é um
investimento de longo prazo, requer empenho, algum esforço e, em muitos casos,
recursos financeiros. Embora também seja consensual que a escola deva ser
pública e de qualidade; e que nossa constituição prevê que é um direito de todos
e um dever do Estado, na prática a realidade mostra-se diferente. As escolas
privadas suprem a lacuna deixada por sucessivos governos que não destacaram
como “importante” o investimento na formação do povo.
O fato é que
as Instituições de Ensino particulares vêm contribuindo há anos com a formação
de uma elite pensante e que produz e gera riqueza. Recentemente governos mais
voltados para o povo criaram programas de maior acesso à escola e tentam
recuperar o tempo perdido quando não fez o dever de casa em relação a
investimentos na educação.
Só no ensino
superior programas como o PROUNI e o FIES propiciaram, nos últimos anos, o
ingresso de milhões de jovens de classe média e baixa à Universidade. Segundo dados do próprio MEC, o país tem hoje 2.314 instituições de ensino superior,
sendo 89,4% privadas e 10,6% públicas.
Isso significa que a grande maioria dos jovens que saem das Faculdades e
ingressam no mercado de trabalho, são formados por uma Instituição de Ensino
Superior privada. O Brasil tem hoje 14,4% de jovens entre 18 e 24 anos
matriculados em um curso de nível superior. O que não é muito, comparado a
países como o México (30%) e o Chile (40%); sem mencionar a União Européia, o
número salta para 70%.
Pesquisas
apontam que as cidades que se desenvolveram na oferta de cursos de toda
natureza, atraem profissionais mais qualificados e investimento em novas
empresas, além de apresentarem alto índice de empreendedorismo, com a criação
de novos negócios cujas idéias nascem dos bancos escolares. Casos bem próximos
são as cidades de Campina Grande (PB) e Caruaru (PE) que atraíram investimento
no setor de educação superior privada e em diversas áreas de negócios.
Uma
instituição que estimula o pensamento crítico, desenvolve a capacitação
profissional e forma novos talentos para o mercado de trabalho (além de
cidadãos), deve ser encarada como um patrimônio da cidade, um bem em favor do
desenvolvimento local e regional; um ambiente de discussão e de busca de
soluções para os desafios que se apresentam. Este é o pensamento que norteia as
ações desenvolvidas na FADIRE, em Santa Cruz do Capibaribe, nestes últimos dois
anos. Um esforço grande de levar a educação e a formação àqueles que almejam
crescer como pessoa e transformar a sua realidade e da sociedade.
Este
pensamento é que nos move e que nos da força para continuarmos no firme
propósito de ter a educação como elemento importante de nossas vidas, sabedores
que é este o caminho para transformarmos o mundo. E, neste sentido, iremos
continuar nosso trabalho com o mesmo entusiasmo e dedicação de sempre e no dia
1° de fevereiro iniciaremos mais um semestre na Faculdade de Desenvolvimento e
Integração Regional – FADIRE, para decepção de uns poucos que desejam retroagir
no tempo.
A
todos que fazem a Fadire e ao povo de Santa Cruz do Capibaribe e cidades
vizinhas, sucesso e um bom início de ano.
Carlos
Malafaia – professor universitário.
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