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3 anos após a morte de Eloá, Lindemberg Alves está sendo julgado

A mãe de Eloá Cristina Pimentel, Ana Cristina Pimentel, e o irmão mais novo da jovem de 15 anos morta em 2008 irão depor como testemunhas de defesa no julgamento de Lindemberg Alves, que começou na manhã desta segunda-feira (13) no Fórum da cidade de Santo André, no ABC.

Eles substituem duas testemunhas convocadas pela advogada do acusado e que não apareceram no júri – no total, quatro dos convocados faltaram.

A pedido da advogada Ana Lúcia Assad, a mãe de Eloá substitui uma jornalista e o irmão entra no lugar do perito Nelson Gonçalves, que fez os laudos do caso pelo Instituto de Criminalística (IC). O pedido para a mãe da jovem ser testemunha seria uma estratégia da defesa para tirá-la do plenário e evitar manifestações de emoção que poderiam influenciar a decisão dos sete jurados – seis homens e uma mulher.

O julgamento foi interrompido por volta das 13h para almoço e será retomado por volta das 14h ainda com exibição de vídeos com imagens do dia do fim do sequestro.

Nayara, amiga de Eloá que foi baleada durantesequestro (Foto: Nelson Antoine/FotoArena/AE)
Início do júri
O julgamento de Lindemberg Alves Fernandes começou por volta 10h50 desta segunda-feira. O júri presidido pela juíza Milena Dias ocorre mais de três anos após um dos sequestros mais longos do país - cerca de 100 horas - acompanhado ao vivo pela TV, que terminou com a morte da estudante, com 15 anos à época.

O réu chegou algemado, mas ficou definido que ele não usará algemas durante o julgamento.

Pouco depois do início do julgamento, a defesa passou um vídeo com imagens da ação policial ocorrida nos dias do sequestro. Em seguida, deve começar o depoimento das testemunhas de acusação. A primeira a ser ouvida, segundo a previsão inicial, será Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá que também foi feita refém e acabou baleada no rosto durante o desfecho do sequestro.

Relembre o caso
Conforme denúncia do Ministério Público, movido por ciúmes de Eloá porque a ex não queria mais reatar o romance de três anos, o então auxiliar de produção Lindemberg, com 22 anos na época, invadiu armado o apartamento em que a estudante morava com os pais em Santo André no dia 13 de outubro de 2008.

Lá, Lindemberg manteve Eloá e outros três colegas de escola dela como reféns - Nayara, Iago e Victor Campos. Depois, os dois meninos foram libertados.

Após cem horas de cárcere privado, a polícia invadiu o apartamento. Durante a confusão, Lindemberg atirou na cabeça de Eloá e na de Nayara. Eloá foi atingida por dois disparos e teve morte cerebral no dia 18 de outubro. Alguns dos órgãos de Eloá foram doados. Nayara foi baleada no rosto, mas sobreviveu.

Doze crimes
Lindemberg responde por 12 crimes. Além da morte de Eloá, são duas tentativas de homicídio (contra Nayara e o sargento Atos Antonio Valeriano, que escapou do tiro); cárcere privado (de Eloá, Victor, Iago e duas vezes de Nayara) e disparo de arma de fogo (foram quatro).

Segundo o Ministério Público, se Lindemberg for condenado por todos os crimes atribuídos a ele, a pena mínima poderá ser de 50 anos e a máxima de 100 anos de reclusão. Pela legislação do país, no entanto, ninguém pode ficar preso a mais de 30 anos.

O julgamento de Lindemberg deve durar três dias, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

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