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Poema: Seu ladrão


Bem cedinho ouvi numa rádio de nossa cidade uma notícia que me chamou atenção: um ladrão invadiu a casa de um cidadão e não encontrando o que roubar acabou levando os papéis de água (contas da Compesa)... Atordoado, imaginei (dizendo Deus me livre, é claro), mas se fosse comigo... vejam o que aconteceria...

Segue o poema...

Seu ladrão
Autor: Clécio Dias

Seu ladrão, por favor, pague essas contas...
Que o senhor me roubou, são atrasadas...
Se puder pague logo por que eu...
Vez em quando recebo umas cobradas...

Quando viu que eu não tinha o que roubar...
Resolveu carregar os papéis da água...
Talvez soubesse a minha triste mágoa...
E com pena de mim quis me ajudar...

Olhe, ladrão, se quiser mais papéis...
Venha buscar que eu tenho aqui de sobra...
De energia já tem três atrasados...
Não paguei, todo mês a Celpe cobra...

Os cartões: Master, Visa,e Hipercard...
Cobram juros demais e o valor dobra...
Devo aqui, devo ali, já fiz manobra...
Mas são contas demais já sem pagar...

A Unimed me cobra, e o telefone...
Ouço a “Oi” todo mês a me cobrar...
Uma voz vem e fala: a “Oi” informa...
Não escuto, prefiro desligar...

Por fim, ladrão, se tiver consciência...
Roube os papéis, mas pague, meu senhor...
Caso não pague mande devolver...
Mas eu lhe peço, e peço por favor...

O último pedido, eu lhe imploro que pague...
E os comprovantes, se puder, conserve...
Venha roubar também o IPTU...
Que eu pago e nunca soube pra que serve...

Se não vier buscar as outras contas...
Pague essas contas que o senhor levou...
Se acaso alguém depois vier cobrá-las...
Eu vou dizer: o ladrão já pagou!!!

Santa Cruz do Capibaribe, 30 de janeiro de 2012.

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