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Greve da Polícia Civil de PE completa uma semana sem negociação

Pedindo aumento salarial, melhores condições de trabalho e revisão de carga horária, os policiais civis de Pernambuco completam uma semana de greve. Neste sábado (28) e domingo (29), apenas três delegacias funcionaram na Região Metropolitana do Recife, em esquema de plantão. No último dia 23 de julho, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a ilegalidade da paralisação.

O estado conta com um efetivo de seis mil policiais, boa parte paralisados, de acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais de Pernambuco (Sinpol/PE), Cláudio Marinho. "Fizemos algumas visitas às delegacias, e pudemos perceber que a greve conta com praticamente 100% de adesão da categoria", informou. Ainda de acordo com Marinho, uma manifestação da categoria deve acontecer na próxima quarta-feira (1º), no início da tarde.

Segundo o Sinpol/PE, os grevistas devem se concentrar em frente à sede do Instituto de Criminalística (IC). O grupo sai em caminhada até o Centro de Convenções, sede temporária do governo do estado. Ao final da manifestação, os policiais deverão se reunir em uma assembleia.

Na Delegacia de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, o atendimento foi normal no final de semana, mas o movimento foi fraco. No bairro da Várzea, um delegado, dois agentes e dois escrivães recebiam as ocorrências, que chegaram em volume normal, totalizando apenas três na manhã do domingo.

No entanto, a delegacia do bairro de Casa Caiada, em Olinda, mal realizava os atendimentos. Enquanto um grupo de Policiais Militares do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) aguardava desde a madrugada para registrar dois flagrantes de porte de arma, o taxista Reginaldo Ribeiro preferiu voltar para casa. “Me informaram que tinha que ir pela internet. Vou tentar, porque aqui não resolve”, comentou.

O chefe da Polícia Civil, delegado Osvaldo Morais, informou que as delegacias deveriam funcionar normalmente. “Haverá um reforço nos plantões, mas a orientação é de que todas as delegacias funcionem. Nós temos uma sentença judicial declarando a ilegalidade da greve. Os policiais que se negam a atender, infelizmente, terão os pontos cortados, como já foi feito com 700 policiais. A população deve, no momento em que não for atendida, entrar em contato com a ouvidoria ou corregedoria, para informar o ocorrido, e nós vamos tomar medidas disciplinares cabíveis”, disse.

Com o corte de pontos, os policiais que continuam paralisados não receberão o salário nesta terça (31), apenas no dia 7 de agosto. “Nós estamos abertos ao diálogo, mas para que isso aconteça é preciso que a greve termine”, afirmou Morais. Para o sindicato dos policiais, a medida só provocou a radicalização da greve.

Atendimentos
Quem teve o veículo roubado e precisa que ele seja liberado deve ser atendido por um agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que está reforçando a Polícia Civil, liberando os veículos apreendidos.

O cidadão que for assaltado ou precisar prestar uma queixa de qualquer tipo deve se dirigir à delegacia mais próxima do local do crime. “Havendo dificuldades no atendimento, informe à ouvidoria ou corregedoria, ou tente fazer a ocorrência pela internet”, explicou Osvaldo Morais. O site oficial da Polícia Civil de Pernambuco também deve ser procurado para registrar ocorrências menores, como a perda de documentos.

Osvaldo Morais comentou, ainda, que as investigações policiais continuam normalmente. “Na última sexta-feira (27) tivemos a operação Rota Final, que foi interestadual do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri). Foi uma investigação que começou em dezembro, e nós já realizamos prisões no interior do estado, carros importados foram apreendidos”, exemplificou o delegado.

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