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Audiência Pública discutiu projeto de previdência própria que tramita na câmara de Santa Cruz do Capibaribe


Um projeto muito polêmico que está em tramitação na câmara municipal de Santa Cruz do Capibaribe visa a implantação de Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) no município de Santa Cruz do Capibaribe. Com a finalidade e discutir este projeto, uma audiência pública foi marcada e aconteceu na noite desta sexta-feira (29), no plenário da câmara.

Para fazer a defesa do projeto, a comissão de finanças e orçamento, na qual o projeto tramita na casa de leis, convidou três técnicos que fizeram várias explanações mostrando os pontos positivos do projeto.

Na plateia, dezenas de servidores atentos e apreensivos. Representantes de sindicatos e associações questionaram sobre as inseguranças e incertezas que as classes têm, citando sempre vários exemplos de municípios pelo Brasil que aderiram ao regime e decretaram falência posteriormente.

O Blog Merece Destaque acompanhou toda a discussão e, ao término da audiência ouvimos algumas autoridades.

O vereador Ernesto Maia falou: "Como líder da bancada de oposição, eu vou reunir todos os membros e tentar tomar uma posição conjunta, analisando todos os prós e contras. Eu tenho dito que sou a favor do que a maioria dos servidores quiserem e estamos consultando os servidores e vendo que há uma tendência de alguns professores, através do sindicato da categoria que se mostram favoráveis, porém as demais categorias são totalmente contrárias. Vamos colocar tudo isso na balança e tomar uma posição conjunta da bancada de oposição com o compromisso de respeitar a posição da maioria dos servidores". Pontuou Ernesto.

A vereadora Jessyca Cavalcanti também falou sobre a audiência: "Já faz algum tempo que a gente tem estudado isso, inclusive dentro do próprio sindicato a gente já tinha pensado na possibilidade desta previdência própria, pois como foi citado hoje aqui, para o professor é a melhor saída. Achei muito proveitosa a reunião de hoje, agente trouxe os três debatedores que foram muito esclarecedores quanto às questões colocadas e a gente fica muito feliz pela grande participação dos funcionários públicos do município. Infelizmente a gente vê algumas gafes do vereador Ernesto, em que a agonia dele mesmo é porque vai sobrar mais recursos para o prefeito investir em benfeitorias públicas, então ele de fato fica agoniado por conta disso, mas acredito que está caminhando, a gente vai colocar todas as sugestões dentro do projeto e colocar pra votação. Eu entendo e sou solidária ao medo por parte dos servidores, mas entendo que aqui, quando o funcionário vai fazer colocações, existe muito equívoco de interpretações por parte dele. A falta de conhecimento é que gera todo este temor. Mas com certeza a casa legislativa deste município vai fazer com que esta lei tenha dispositivos de controle social forte para que o servidor não seja prejudicado, até porque eu, o vereador Afrânio, nós somos servidores e no futuro a gente vai precisar desta previdência e eu acredito que seria importante mais momentos de discussão e que não estejam embasadas por este linear político que atrapalha algumas questões que são colocadas com seriedade". Falou a vereadora.

O vereador Afrânio Marques também falou sobre a audiência e sobre o projeto: "A audiência pública foi muto positiva porque a gente trouxe mais explicações, mais esclarecimento para para o servidor e, a gente enquanto servidor não tinha percebido alguns pontos que foram trazidos hoje pelos debatedores e que serão acrescentados ao projeto para que esta lei se torne mais eficaz para melhorar a vida do servidor. A partir de agora vamos absorver as sugestões na comissão e depois de incorporar no projeto enquanto emenda, este projeto vai tramitar até chegar aqui ao plenário para que a gente possa discutir e votar".

Questionado sobre qual seria a posição da bancada de oposição se a maioria dos servidores se mostrarem contra o projeto Afrânio falou: "Na realidade a gente tem que compreender. O que a gente viu aqui em algumas colocações é que muitos estão com posição fechada e não estão abertos a escutar para compreender, porque eu também sou servidor e também estou em risco se isso não der certo. Quando eu trouxe o Agostinho e quando conversei com o deputado Paulo Rubem que tem mais conhecimento do que eu, é que a gente viu que tem sustentação e que eu não votaria em uma coisa que não permitisse. Eu vejo que tem muita gente que toma posição sem ter conhecimento da coisa e não pode ser desta forma. Por isso que a gente fez esta audiência esclarecedora para os servidores municipais de Santa Cruz do Capibaribe". Afirmou Afrânio.

O presidente da associação dos Agentes Comunitários de Saúde, Gilmar Cordeiro também expressou sua opinião sobre o projeto: "A prefeitura tenta a todo custo aprovar este projeto, enquanto 70% dos servidores são contra este regime próprio que não nos dá nenhuma seguridade. Perguntado hoje aqui ao responsável pelo projeto qual a segurança que teríamos, ele respondeu que não tem bola de cristal. Se ele não dá nenhuma segurança, então é uma coisa que já está começando errado e eu acredito na força do funcionalismo público para a gente tentar mudar e não aprovar esta lei. Dizem alguns políticos daqui que vivemos em uma democracia, mas não é o que parece. Que democracia é esta onde as opiniões já vêm formadas? É notório que a maioria dos funcionários é contra e eles articulam dizendo que o motivo de sermos contra é porque não tem conhecimento da lei, mas isso é uma inverdade. Além disso, alguns questionamentos que fazemos sobre esta lei não são respondidos satisfatoriamente e eles usam de artimanhas técnicas para tentar iludir os funcionários. Eu vejo um interesse apenas por parte de alguns professores, mas muitos professores também estão contra o projeto". Disse Gilmar.

O presidente do sindicato dos servidores públicos, Luís Carlos, Desabafou: "O que eu vejo é que os servidores públicos estão fazendo papel de besta vindo a estas audiências, pois perguntei se quem iria decidir se a previdência seria criada, se seria os servidores ou os vereadores e eles responderam que seria os vereadores, então a presença do pessoal não está valendo de nada. Como representante do sindicato, eu tenho sentado com a nossa federação, pois somos filiados em Recife, e se for preciso a gente vai fazer greve, fazer paralisações para exigir que seja respeitada a democracia colocando em prática a opinião do povo. No INSS pagamos 8% e eles querem aumentar para 12%. Eles disseram que é um passo importante para Santa Cruz, mas pode ser também um passo para a desgraça dos funcionários. Os técnicos estão sendo pagos para mostrar o lado bom da coisa, mas temos que ver também o lado ruim. A maioria dos servidores se mostra contra, mas suas posições não estão sendo respeitadas". Concluiu.

O Blog Merece Destaque continuará acompanhando o andamento deste projeto.

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