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Quando uma mordida mostra mais do que se vê

- Caso do Vampiro Uruguaio reforça a importância da perícia odontológica forense -

Nesta Copa do Mundo 2014, uma mordida ganhou destaque na terça-feira, dia 24 de junho. O atacante uruguaio Luis Suárez mordeu o zagueiro Giorgio Chiellini no duelo entre Uruguai e Itália, porém não foi este ataque que despertou a atenção da mídia e dos amantes de futebol. Foi a reincidência do jogador que agora é taxado de vampiro uruguaio, pois esta é a terceira vez que ele é flagrado mordendo um adversário em campo.

O camisa 9 da Celeste, atacou o pescoço de um jogador do rival PSV, volante Otman Bakkal, em 2010, quando atuava pelo Ajax (Holanda), no final da partida entre os dois times pelo Campeonato Holandês de 2010, o que lhe rendeu uma suspensão por duas partidas. Em abril do ano passado, o uruguaio que jogava pelo Liverpool desferiu uma mordida no braço do zagueiro Branislav Ivanovic do Chelsea, que ganhava no gramado adversário. E acabou punido com dez jogos do Liverpool, além de multa.

Este caso mostrou não só a violência no esporte que anda assolando e preocupando os bons atletas, como destaca uma importância de uma ciência pouco conhecida, mas bastante importante nos dias atuais: a perícia odontológica forense. Casos de morte e agressão são muito comuns e muitas vezes a aplicação desta faceta da odontologia ajuda em muito a solucionar dos delitos menores aos crimes mais hediondos, como o caso do Maníaco do Parque, por exemplo, um serial killer que fez 11 vítimas em São Paulo em 1998.

Neste caso específico, os peritos da Odontologia atuaram de duas formas: identificando as vítimas – duas delas a partir das manchas nos ossos da face (na região da testa que fica dolorida quando estamos com sinusite); e provando que as marcas de mordidas nas vítimas foram deixadas por Francisco de Assis Pereira – o homem condenado. Pela importância desta questão, ela já contempla a grade curricular de instituições de ensino superior como a Universidade de Pernambuco, que integra disciplina em turmas de Bacharelado em Direito.
“Professores da FOP costumam frequentemente dar aula para turmas do Direito. Além de cirurgião dentista, por exemplo, sou professor do programa de Perícias Forenses da UPE. E ainda trabalhamos disciplina com a interface da bioética com o direito”, diz o professor Belmiro Vasconcelos, cirurgião dentista e traumatologista bucomaxilar.
Para diversos especialistas, como ramo da medicina, a odontologia legal é uma importante ferramenta a serviço da justiça e, desta forma, o papel do cirurgião-dentista, seja como perito, seja como qualquer um dos integrantes das fases inquisitiva e processual, auxilia a formação do livre convencimento do juiz por meio de provas materiais colhidas em suas atividades. Um trabalho que pode ser desenvolvido a partir de pesquisas de fenômenos psíquicos, físicos, químicos e biológicos que podem atingir ou ter atingido o homem, vivo, morto ou ossada, e mesmo fragmentos ou vestígios, resultando em lesões parciais ou totais reversíveis ou irreversíveis.
“Promovemos o conhecimento para alunos do Direito sobre temas variados a exemplo de transplantes de órgãos, venda, legalidade, aborto. O futuro advogado precisa estar ciente de condutas éticas e falhas na legislação vigente que podem ser motivo de debate e base para sugestões de modificação de legislação por exemplo. E assim também criar novas leis, como a lei para estudos com células tronco em humanos”, afirma Belmiro.
Escrito por Ivelise Buarque - Jornalista

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