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Por um trânsito mais humano: Causas ignoradas de violência no trânsito

Motos, muitas motos hoje em dia observamos nas ruas. Em dez anos mais que triplicou o aumento do uso de motocicletas, principalmente em cidades de médio porte como Santa Cruz do Capibaribe, onde não existe transporte publico coletivo. 

A cada óbito provocado por acidente de moto, 5 pacientes são internados em estado grave em um hospital de alta complexidade.

- Já segundo (Ipea), um paciente vítima de acidente de moto custa, em média, R$ 152 mil aos cofres públicos.

- No Hospital da Restauração (HR), de 2000 a 2014 foram atendidos milhares de pacientes vítimas de acidentes de moto. A idade medida dos pacientes era de 14 a 45 anos. 6% desses pacientes ficaram paraplégicos e 5% foram amputados.

Considerada uma epidemia moderna, os acidentes de moto são maioria registrando 30,6% dos casos. Os pacientes que sobrevivem, destacam-se as sequelas motoras, psicológicas e mutilações. 

As Motos representam hoje 35,53% da frota (710.633 mil motocicletas e afins em uma frota total de 2 milhões de veículos).

Segundo estudos encomendados pela CDL de Santa Cruz há algum tempo, já era grande o número de veículos motorizados em Santa Cruz do Capibaribe. Hoje em torno de 47.000 destacando o alto número de motocicletas. 

Hoje há mais motos do que carros sendo registrados em Pernambuco. Esses são alguns dados do CEPAM; comitê de prevenção aos acidentes de motos de Pernambuco. 

Muito preocupante o que se tornou a questão motocicleta hoje em dia. Assunto complexo que envolve educação, fiscalização e engenharia. Essa tríade que logicamente é de suma importância, claro deve ser sempre melhorada. Mas, por que não enfocar o lado sociológico da questão? Hoje vemos que é incentivado o uso de motos por parte do Estado. Governos vendendo a ideia de que mais motos nas ruas representa ascensão econômica e social, como solução de mobilidade, principalmente para a população de baixa renda.

Mas diante de tantas mortes e mutilações, sem falar os atropelamentos a pedestres, a maioria idosos, gastos excessivos do sistema de saúde. Será que não estamos pagando um preço alto demais? Vale a pena? Será que a grande massa não está servindo apenas para alavancar os lucros dos fabricantes de motocicletas, enchendo os cofres públicos com pagamentos de IPVA e tantos outros encargos que acarreta possuir uma moto? Já existem estudos confirmando que engenharia, educação e fiscalização não dão conta de resolver os problemas causados pelo uso excessivo de motocicletas. Que a questão vai além de uma simples habilitação ou mesmo de uso dos assessórios obrigatórios como capacete e outros. Que não adianta estruturar as vias com asfaltos e sinalizações haja visto o alto número de acidentes mesmo com tudo isso existindo na prática. 

Não seria o caso de Governos Federal, Estadual e Municipal intervirem mais energicamente nesse processo que se tornou o ir e vir de moto. Uma complexidade que está matando, mutilando, deixando incapaz de forma absurda seres humanos em idade ativa e produtiva. Que esse texto sirva para nós enquanto sociedade abrirmos os olhos, refletirmos e debatermos esse tema a questão violência no trânsito (associações ignoradas) que já está sendo aceita de forma tão comum nos dias atuais.

Por Zenna Rocha