Paiva Netto
Em meu
artigo “Oito Objetivos do Milênio”, publicado na revista Globalização do Amor Fraterno (português, inglês, francês e
esperanto), entregue aos chefes de Estado e demais representações durante o High-Level Segment 2007, da
ONU, em Genebra (Suíça), ressalto o incomensurável valor do ecumenismo para a
manutenção da paz e da vida no Planeta Terra. Entre outros temas, esclareço que
ao falarmos em ecumenismo, queremos dizer Universalismo, Fraternidade sem
fronteiras, Solidariedade internacional, visto que entendemos a Humanidade como
uma família. E não existe uma só em que todos os filhos tenham o mesmo
comportamento. Cada um é um cosmos independente, o que não significa dizer que
esses “corpos celestes” tenham de esbarrar uns nos outros. Seria o caos. (...)
Reportamo-nos,
então, ao Ecumenismo dos Corações, aquele que nos convence a não perder tempo
com ódios e contendas estéreis, mas a estender a mão aos caídos, pois se comove
com a dor, tira a camisa para vestir o nu, contribui para o bálsamo curativo do
que se encontra enfermo, protege os órfãos e as viúvas, sabe que a Educação com
Espiritualidade Ecumênica tornar-se-á cada vez mais fundamental para o
progresso dos povos, porque ecumenismo é Educação aberta à Paz, para o
fortalecer de uma nação (não para que domine as outras), portanto o abrigo de
um país, qualquer que o seja, e a sobrevivência do orbe, que nos agasalha como
filhos nem sempre bem-comportados.
Basta
lembrar o lamentável fenômeno do aquecimento global, a cada dia mais denunciado
pelas maiores cabeças pensantes do mundo. (...) Os vanguardeiros — entre eles,
ativistas e ecólogos, políticos e cientistas de ponta — já procuram soluções
práticas para conter a poluição que nos envenena desde o útero materno. (...)
Nunca
como agora se fez tão indispensável unir os esforços de ambientalistas e seus
detratores, como também trabalhadores, empresários, o pessoal da mídia,
sindicalistas, políticos, militares, advogados, cientistas, religiosos,
céticos, ateus, filósofos, sociólogos, antropólogos, artistas, esportistas,
professores, médicos, estudantes, donas de casa, chefes de família, barbeiros,
taxistas, varredores de rua e demais segmentos da sociedade, na luta contra a
fome e pela conservação da vida no planeta.
O assunto
tornou-se dramático, e suas perspectivas, trágicas. Pelos mesmos motivos, urge
o fortalecimento de um ecumenismo que supere barreiras, aplaque ódios, promova
a troca de experiências que instiguem a criatividade global, corroborando o
valor da cooperação sócio-humanitária das parcerias, como, por exemplo, nas
cooperativas populares em que as mulheres têm grande desempenho, destacado o fato de que são
frontalmente contra o desperdício. Há
muito que aprender uns com os outros. Um roteiro diverso, comprovadamente, é o
da violência, da brutalidade, das guerras, que invadiram os lares em todo o
orbe. Resumindo: cada vez que suplantarmos arrogância e preconceito, existirá
sempre o que absorver de justo e bom com todos os componentes desta ampla “Arca
de Noé”, que é o mundo globalizado de hoje.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista
e escritor.
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