A turma mal respirava... Estávamos congelados pela emoção e surpresos por esse lindo pássaro se aproximar tanto de nós.
Tenho para mim que os animais são dotados de uma sabedoria ainda não desvendada pela ciência humana (espero que nunca consigam). Os bichos parecem saber quem e quando alguém quer lhe fazer o mal. Esse pássaro se sentiu muito seguro com nossa presença.
Se esticássemos o braço poderíamos alcançá-lo de tão próximo que estava. É claro que esse movimento iria assustar o pássaro. Permanecemos quase imóveis, nos limitando apenas a mover bem lentamente nossas câmeras e apontar em sua direção para fazer registros quase mágicos.
O episódio rendeu conversa para a semana toda. ficamos admirados com a coragem e confiança do pequenino (menos de 10cm).
Mesmo com a faixa laranja avermelhada que tem no pescoço, a visualização não é fácil, pois ele se camufla perfeitamente entre as folhas verdes, folhas secas e as flores das árvores.
Depois de certo treino, conseguimos identificar várias espécies apenas pelo canto e quase sempre conseguimos avistar esses pequeninos tão belos. Geralmente vistos em bando. Ocorre na faixa de mata atlântica que vai do Nordeste ao Sul do Brasil.
Fazer um registro sem que a imagem fique tremula não é tarefa simples. Além da sua cor que se confunde com a vegetação, o danadinho não para muito tempo quieto. Tem que ser "rápido no gatilho" para registrar as imagens da Saíra Militar.
Voltamos para casa com a alegria de um atleta que conseguiu um troféu.
Somos caçadores. Mas não daquele tipo que mata e destrói. Somos caçadores do bem. Apontamos nossas câmeras e clec! Pronto... Só que ao invés de um morto, nós o fazemos um eterno.
Admilson Gomes
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