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Em texto, escritora Luciene Freire lamenta violência em Santa Cruz do Capibaribe

Escritora Luciene Freire.
Santa Cruz do Capibaribe volte a sorrir! 

Vi jovens nas calçadas a namorar, crianças na rua de bola a feliz a brincar, as horas no relógio iam se passando, o vovó e a vovô nas calçadas até altas horas conversando, a paz pairava nas ruas e avenidas da cidade, feirantes iam a pé para as feiras levando em uma carroça suas mercadorias, a aurora ia aos poucos se descortinando com os passos daqueles que iam pelas ruas levando seus sonhos. 

Violência ainda era apenas minoria, a moça ia ao baile e voltava no rasgar da alva, as festas embalavam os casais que ao som do pífano, do fole e da zabumba, não viam a noite passar, voltavam na penumbra da madrugada pelas ruas e avenidas, ainda cantarolando. Oh Santa Cruz dos amores, das confecções, das facções, de povo trabalhador, terra boa de pessoas iluminadas, hoje ouço o seu bramido, gritas, choras já não tens mais o brilho, o encanto estão roubando de ti, teu povo quer voltar a sorrir. 

Roubaram teu encanto, por onde hoje passamos só vemos o medo abraçando a cidade, as casas que outrora viviam com as portas abertas, pessoas felizes nas calçadas a sorrir, hoje as casas parecem jaulas, o medo predomina na cidade. Oh Santa Cruz cidade guerreira que tanto ajudou o pobre a colocar o pão em sua mesa, abraçaste o pobre, o órfão, a viúva e o estrangeiro, volte a brilhar Santa Cruz, teu povo te ama, és uma cidade acolhedora, fizeste tantos realizarem aqui neste pedaço de chão, seus sonhos. 

Sinta a lua a te pratear nas madrugadas frias, sinta a primavera florindo-te, sinta o frescor do vento soprando-te, sinta o calor do teu povo te aplaudindo. Santa Cruz do Capibaribe, um dia juntos vamos sorrir. E de pé vamos gritar: paz, estamos aqui. 

Luciene freire

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