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Boatos sobre greve provoca filas em postos de combustíveis de Santa Cruz e região

Fila em posto de Santa Cruz do Capibaribe. (Foto: Almir Neves)
Longas filas de carros e motos se formaram na manhã deste domingo (2) nos postos de combustíveis de Santa Cruz do Capibaribe, após boatos de que acontecerá uma greve terem se espalhado. Por volta das 11 horas, a reportagem do Blog Merece Destaque fez um giro por alguns postos de Santa Cruz e Taquaritinga do Norte e constatou que havia filas em todos os postos e em alguns locais a gasolina já havia acabado.

Durante todo o dia do sábado (1º), circularam áudios de supostos caminhoneiros avisando de nova greve a partir da madrugada de domingo (2), mas a veracidade dos áudios ainda não foi confirmada. O posto Petromega, que tem unidades no Recife, chegou a produzir uma peça gráfica para circulação via redes sociais sugerindo que os clientes abasteçam os tanques devido a "uma paralisação nos abastecimentos de combustíveis de Suape". A peça, no entanto, reforçava que o boato não estava confirmado: "Não temos uma confirmação, mas são fortes os indícios", dizia o texto.

Fila em posto de Santa Cruz do Capibaribe. (Foto: Almir Neves)

Presidente da Sindicombustíveis-PE descarta risco de desabastecimento em postos

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos, informou através de nota que a população deve ficar tranquila porque não há desabastecimento nos postos e é remota a possibilidade de uma nova greve semelhante a que aconteceu em maio. “Desacreditamos 99% que vá acontecer uma nova greve com aquela dimensão. Uma rede de postos colocou isso na internet e viralizou. Isso sem falar numa série de áudios requentados da antiga greve que estão circulando pelo whatsapp. Isso foi um absurdo, porque gerou tumulto e tirou a tranquilidade da população. É preciso penalizar quem publica esse tipo de nota”, observa Pinheiro Ramos.

Fila às margens da BR-104, em Pão de Açúcar, Taquaritinga do Norte.
Fila às margens da PE-160, em Pão de Açúcar, Taquaritinga do Norte.
Longas filasMesmo com os boatos sendo desmentidos, muitos motoristas resolveram ir rapidamente até os postos para garantir o abastecimento de seus veículos. Em postos de Santa Cruz do Capibaribe, a reportagem do merecedestaque.com observou várias pessoas com galões para armazenar combustíveis.

Posicionamento
Em nota divulgada pela UDC (União dos Caminhoneiros do Brasil), caminhoneiros da entidade afirmam que farão uma mobilização em todo o país após o feriado de 7 de Setembro e por tempo indeterminado. A UDC acusa o governo de não ter cumprido o prometido em relação ao preço do diesel, que na última sexta-feira (31) teve reajuste de 13%. A lei que estabeleceu a nova política de frete prevê revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação superior a 10%, para acomodar o aumento de custos dos caminhoneiros. A entidade reclama da falta de fiscalização nas estradas pela ANTT. A UDC pede mais fiscais e postos de fiscalização que obriguem às transportadoras a cumprirem a tabela mínima do frete. "Pedimos imediatamente as seguintes providências afim de que a população brasileira não sofra os danos de uma nova paralisação", afirma a nota. Os caminhoneiros da UDC também reclamam da atuação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e pedem a dissolução da diretoria da entidade. A possibilidade de uma manifestação perto das eleições, no entanto, já era ventilada dias após a paralisação de onze dias em maio, como forma de pressão política. 

De acordo com alguns caminhoneiros, se a ANTT não se posicionar até o dia 7 ou 8 de setembro, é grande o risco de haver novas paralisações. Na sexta-feira (31), a Abcam, entidade que reúne os motoristas autônomos, afirmou que pretende se reunir com o governo para discutir o tema e que "fará o possível para evitar nova paralisação" da categoria. 

A Abcam confirma ter detectado focos de insatisfação por aplicativos de trocas de mensagem, mas diz ainda não ver mobilização suficiente para nova paralisação. Na primeira paralisação, que teve liderança dispersa, as redes sociais foram importante instrumento de mobilização. "A associação, que sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação", disse a Abcam, em nota divulgada na sexta-feira.

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