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Número de bariátricas aumenta 47% no Brasil. Médica especialista elenca mitos e verdades da cirurgia

Clarissa Guedes. (Foto: Vinícius Ramos).
Lutar contra a balança não é apenas uma questão de estética. Para muitas pessoas tem um significado mais amplo: viver de forma mais saudável. O Brasil é um país onde os níveis de obesidade só aumentam, quase uma em cada cinco pessoas adultas é obesa, e as cirurgias de redução de estômago se tornaram cada vez mais populares. Recentemente, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil chegou aos 105,6 mil, um crescimento de 47% em relação ao ano de 2012. No entanto os médicos alertam que a bariátrica não é apenas uma cirurgia, é uma mudança no estilo de vida. “Ao optar em fazer uma cirurgia bariátrica, o paciente deve ter em mente que isso fará parte de uma mudança no estilo de vida. Fazer a cirurgia vai além da mesa cirúrgica e deve ser encarada como uma mudança de hábito com programas de prática de atividade física e reeducação alimentar”, afirma a médica Clarissa Guedes. Outras questões também devem ser levadas em consideração na hora de encarar uma mesa de cirurgia. Confira os principais mitos e verdades sobre a redução de estômago.

Qualquer um pode fazer uma cirurgia bariátrica?

MITO. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento cirúrgico para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m2 com comorbidades relacionadas à obesidade e todos os pacientes com IMC acima de 40 kg/m2. Adolescentes a partir de 16 anos podem realizar a cirurgia. A cirurgia é contraindicada em casos onde haja deficiência intelectual significativa, em pacientes sem suporte familiar adequado, com quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas e em algumas doenças genéticas e síndromes com alterações hormonais. 

A perda de peso é maior nos seis primeiros meses após a cirurgia?

VERDADE. A perda de peso é mais significativa nos primeiros seis meses, por conta das alterações hormonais, restrição alimentar e alterações metabólicas após a cirurgia. 

Dá para comer como antes e não engordar tudo novamente?

MITO. A perda de peso sustentada é mantida pelas mudanças dos hábitos alimentares e pela prática de atividades físicas constantes. 

O paciente tem que fazer plásticas para retirar o excesso de pele?

MITO. A decisão de realizar cirurgia plástica é do paciente. Alguns pacientes ficam com flacidez e desejam fazer cirurgia plástica para melhorar o resultado estético, outros pacientes não

Quem fez redução de estômago pode engravidar?

VERDADE. A mulher que realiza a cirurgia bariátrica tem um aumento da fertilidade e da chance de engravidar após a cirurgia, porém a gravidez passa a ser de maior risco para mãe e pra o bebê se houver deficiência de nutrientes, vitaminas e minerais. Portanto, orientamos promover algum método contraceptivo nos primeiros 12 a 18 meses após a cirurgia e acompanhamento nutricional e suplementação vitamínica no pós-operatório;

Dá para fazer plásticas e tirar o excesso de pele logo após a cirurgia bariátrica?

MITO. A cirurgia plástica só é recomendada após a estabilização da perda de peso, que ocorre entre 1 a 2 anos após a cirurgia.

É importante o acompanhamento psicológico?

VERDADE. O sucesso da cirurgia depende do comprometimento do paciente com a equipe multidisciplinar.

A cirurgia bariátrica para perda de peso pode melhorar e as vezes até resolver diabetes tipo 2?

VERDADE. A diabetes melitus tipo 2 está diretamente relacionada à obesidade. Hoje, o CFM reconhece a cirurgia Metabólica como forma de tratamento para diabetes em pacientes com dificuldade de controle clínico dos níveis glicêmicos que possuam IMC acima de 30 kg/m2. 

A cirurgia bariátrica é uma cirurgia estética como a lipoaspiração?

MITO. A cirurgia bariátrica deve ser encarada como forma de tratamento para uma doença grave que é a obesidade e as doenças relacionadas a mesma. 

A bariátrica é mais arriscada que outras cirurgias?

MITO. As complicações a curto e longo prazo podem chegar a 4%. É de fundamental importância que o paciente tenha informações sobre as complicações e possíveis riscos relacionados a cada técnica cirúrgica.

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