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O que fazer com o 13º salário?

Décimo Terceiro Salário - Imagem ilustrativa / reprodução Internet.
Parece uma pergunta fácil de responder, não é mesmo? Porém, assim como todas as decisões que envolvem dinheiro, a decisão de como gastar o 13º salário deve ser tomada de forma consciente e a resposta dependerá da sua situação financeira atual. O primeiro passo, portanto, é traçar o diagnóstico das suas contas. Ao final, provavelmente, você se deparará com uma das três seguintes situações: estar endividado; nem sobra e nem falta dinheiro (sem dívidas e sem reservas) ou tem algum dinheiro (poupança/investimento).

É importante deixar clara a diferença entre endividamento e inadimplência. Endividados são todos aqueles que possuem alguma dívida, mesmo que elas estejam sendo pagas regularmente. Por exemplo, se você realizou compras no cartão de crédito, você possui dívidas, mesmo que suas faturas sejam pagas pontualmente a cada vencimento. A inadimplência, por outro lado, refere-se a falta de pagamento das dívidas, ou seja, você torna-se inadimplente quando não consegue pagar suas dívidas. Quem não possui dívidas em atraso e consegue pagar as parcelas sem nenhum sacrifício, pode usar parte do 13º para iniciar uma reserva.

Porém, se as dívidas já saíram do controle e você possui contas atrasadas, o primeiro passo para livrar-se delas é não fazer novas dívidas. Lembre-se que, nesse momento, sua prioridade deve ser o pagamento das contas atrasadas, por isso o 13º deve ser usado para quitar ou diminuir suas dívidas. Faça uma lista com todas as suas dívidas, quem são os credores, as taxas de juros e o número de parcelas de cada uma. Feito isso, ordene as contas começando pelas que possuem os maiores juros, isso ajudará na escolha da dívida que deve ser paga primeiro. Não será possível quitar todas as suas dívidas? Parta para a negociação! Procure estabelecer um acordo cujas parcelas caibam no seu bolso. Não adianta negociar uma parcela que esteja fora do seu orçamento. Caso tenha dificuldades em negociar, o PROCON oferece um serviço gratuito de apoio ao superendividado que pode auxiliar nesse processo.

Para quem está na segunda situação (equilíbrio), o ideal é dar uma destinação útil ao 13º ao invés de usá-lo para realizar compras. É importante lembrar daquelas contas que aparecem no início do ano (IPTU, IPVA, material escolar, matrícula da faculdade/escola, etc.) e que podem se transformar em dívidas para os menos organizados financeiramente. Se você não tem as contas acima ou consegue pagá-las com o seu salário mensal, esse é um ótimo momento para poupar. Se você não tem nenhum dinheiro sobrando, esse primeiro dinheiro extra pode ser destinado a formação de uma reserva de emergência. Fazer uma reserva de emergência para lidar com imprevistos é fundamental para quem deseja ter uma vida financeiramente saudável. Nessa categoria estão incluídos problemas de família, emergências médicas, acidente não coberto pelo seguro do carro, perda de emprego, ou seja, tudo aquilo que pode acontecer fora do nosso controle. Caso não esteja financeiramente preparado, imprevistos como esse podem te levar a formar dívidas ou ter que vender algum bem, por isso a importância de destinar uma parcela da renda mensal para criar um fundo ou reserva de emergência. Reservar o valor 13º para possíveis emergências é um bom começo.

Por fim, o último cenário é daqueles que gastam menos do que recebem e conseguem reservar uma parte da sua renda, os superavitários. Nesse caso, também podemos ter dois tipos de indivíduos: os poupadores e os investidores. Os primeiros guardam regularmente uma parte do que recebem, porém, alocam esse dinheiro na poupança e com isso acabam perdendo dinheiro. A dica aqui é se informar! Procurar melhores formas de aplicar o seu dinheiro e fazer com que ele trabalhe para você. Procure conhecer as opções de investimento disponíveis, o retorno de cada uma delas, os prazos e as taxas cobradas, coloque tudo na ponta do lápis e avalie qual a melhor opção para você. O 13º pode ser usado para impulsionar essa mudança de perfil. Para os que já investem, o 13º é uma renda extra que pode ser usada para incrementar suas aplicações.

Independentemente da situação na qual você se encontre, o mais importante é priorizar o uso desse recurso e fazer um planejamento financeiro (decidir antecipadamente o que será feito com o dinheiro). O planejamento financeiro é indispensável para quem deseja conquistar objetivos, realizar sonhos e ter uma vida financeira equilibrada. E nesse caso não existe segredo ou fórmula mágica, quem deseja ter uma vida financeiramente saudável precisa antes de tudo de disciplina.

Por Tricia Thaíse e Silva Pontes - Professora do curso de Administração da Faculdade UNINASSAU Caruaru e Mestre e doutora em Administração

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