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Mal de Parkinson é segunda causa de doença degenerativa mais comum do mundo


Classificada no grupo de doenças de Distúrbios de Movimento, o Mal de Parkinson se apresenta mais claramente a partir das alterações motoras que causa. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 1% da população mundial acima de 65 anos sofre com a doença. No Brasil, a estimativa é de que ela acometa mais de 200 mil pessoas, sendo a segunda causa de doença degenerativa mais comum, só perdendo para o Mal de Alzheimer. Descrita pela primeira vez como Paralisia Agitante, pelo médico inglês James Parkinson, em 1817, o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Parkinson passou a ser o 11 de abril, data de nascimento do médico.

A classe médica não sabe, com clareza, o que inicia o processo que leva à degeneração proveniente da doença. O que é documentado é que um grupo de neurônios produtores do neurotransmissor dopamina – tipo de hormônio que circula no mesencéfalo, uma região da profundidade do cérebro – vão morrendo e param, então, de produzir. É justamente a falta de dopamina que leva ao surgimento dos sinais da doença. Os sintomas costumam aparecer a partir dos 60 anos de idade, mas há casos em que esses surgem de forma precoce, entre os 40 e 50 anos de vida. Segundo o neurologista Paulo Henrique Fonseca, os sinais motores são os principais alertas: tremor, rigidez, lentificação dos movimentos e tendência a quedas. Esses são sintomas comuns à população idosa e também presentes em outras condições. O fator dificulta a identificação da doença. Por isso, a necessidade de avaliação e diagnóstico profissional.

“O tremor da doença de Parkinson é característico aos olhos do neurologista, assim como a instabilidade postural no idoso. A tendência a quedas pode surgir de outros problemas, a exemplo de uma neuropatia diabética. Por isso, o diagnóstico diferencial é fundamental. Há todo um contexto prévio aos sintomas motores, que, uma vez instalados, são muitos característicos, a exemplo de alterações de memória e de comportamento. Ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que permitem o fechamento do diagnóstico clínico. Os motores são os principais. No entanto, há outros que podem estar envolvidos, a exemplo de alterações de pele, como a dermatite seborreica; gastrointestinais, como prisão de ventre; na salivação e/ou no sono – o Transtorno Comportamental do Sono”, exemplifica o especialista.

O tratamento para a doença é farmacológico e centrado, há mais de 50 anos, em uma substância chamada Levodopa. O medicamento repõe a dopamina no cérebro. Segundo o neurologista Paulo Henrique Fonseca, em 50 anos nada se provou tão eficaz. “Há melhora dos sintomas e, consequentemente, da qualidade de vida. Além disso, a gente propõe que os pacientes sejam abordados de uma maneira multidisciplinar. Devem atuar profissionais da reabilitação, como educador físico, fisioterapeuta, psicólogos, psicoterapeutas, terapeutas ocupacionais. Quanto mais se puder investir, devido a pluralidade dos sintomas, melhor o benefício”, explica.

Quanto mais precoce o diagnóstico e o acompanhamento do paciente, mais se atingirá uma qualidade de vida próxima da normalidade. A rotina do doente precisa passar por adaptações, já que este irá precisar de suporte no ambiente familiar. É possível se continuar produtivo, trabalhando, desempenhando funções sociais e, eventualmente, acadêmicas. O ideal é que se tente trazer o diagnosticado precocemente para um estilo de vida o mais próximo do que se tinha antes; o que é possível, segundo o médico Paulo Henrique Fonseca.

O profissional alerta, no entanto, que a prevenção é sempre o mais indicado. “Mais do que isso, em vez de prevenir as doenças, promova a saúde. Se você promove um bom estilo de vida para o seu cotidiano, reduzindo o nível de estresse, dormindo melhor, se alimentando melhor, se socializando, fazendo práticas que envolvam contato com a natureza e, fundamentalmente, fazendo atividade física, você estará promovendo saúde e, assim, prevenindo a imensa maioria das doenças”, destaca.

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