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Final de ano: gordura no fígado preocupa especialistas


O final de ano chega acompanhado de confraternizações e ceias em família, os momentos de comemoração são marcados, na maioria das vezes, pelo consumo de alimentos calóricos associados a bebidas alcoólicas. O que não se sabe, porém, é que essa combinação pode ser explosiva para o fígado, órgão que suporta décadas de agressões sem dar sintomas de esgotamento. Por ter essa característica silenciosa, essa parte do corpo humano pode mascarar uma doença que cresce em índices alarmantes: a esteatose hepática não alcoólica, também conhecida como gordura no fígado. “É estimado que o distúrbio já atinja 40% dos adultos que moram no Ocidente”, afirma Marcos Miranda Filho, médico radiologista do Lucilo Maranhão Diagnósticos. A sociedade Brasileira de Hepatologia estima que cerca de 20% da população apresente essa doença.

O mecanismo de acúmulo de gordura no interior das células do fígado é natural, utilizado para estocar energia, mas quando passa de um limite aceitável necessita de uma abordagem terapêutica. É importante pontuar que esse fenômeno não ocorre de maneira isolada, ele é resultado de outras anormalidades no organismo. Ou seja, de acordo com o Ministério da Saúde, 54% dos brasileiros estão acima do peso e 18% são considerados obesos, fatores de risco para a doença, já que alterações no colesterol, hipertensão, diabetes podem agravar o quadro. Apesar da obesidade ser a maior causa, pessoas magras também podem ter um aumento de gordura no fígado, nestas ocasiões o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool tornam-se os principais antecedentes; além de existir ainda a possibilidade rara de síndromes genéticas de erros no metabolismo do colesterol.

“O grande alerta é que 15% desses indivíduos podem evoluir para um quadro mais sério, a esteato-hepatite”, calcula Marcos Miranda Filho. Quando isso corre, o fígado torna-se refém de inflamações e lesões, dessa maneira não consegue trabalhar direito, sendo observado como aumento das enzimas hepáticas nos exames de sangue. Se não houver tratamento adequado, cirrose e câncer são as próximas etapas. A maioria dos pacientes não apresenta sintomas ou sinais nas primeiras fases da doença, porém em seu estado intermediário, eles poderão se queixar de dores abdominais, cansaço e fraqueza, além de barriga inchada e perda de apetite. O mais grave já em fases avançadas, porém, é que os principais sinais aparecem diretamente no fígado, por isso o paciente costuma apresentar hemorragias, tremores e confusão mental. 

A boa notícia é que dá para intervir bem antes dessas complicações se manifestarem. Basta fazer um ultrassom para ter o diagnóstico e, a partir daí, iniciar uma terapia efetiva. “O pilar do tratamento é emagrecer por meio de mudanças na dieta e prática de exercícios, mas para isso a evolução tecnológica dos exames de imagem permite a possibilidade de detectar, caracterizar e acompanhar a doença”, resume Marcos Miranda. Em geral, os exames de imagem costumam ser aplicados para estreitar a lista de diagnóstico e acompanhar a evolução dos pacientes, dessa maneira, eles auxiliam na avaliação da resposta ao tratamento e de suas complicações de maneira prática. Para diagnóstico correto, procure um clínico e solicite um exame de imagem. 

Mas afinal, qual a utilidade do fígado?

  • Produção da bile, substância que ajuda na digestão dos alimentos gordurosos.
  • Fabricação das partículas que transportam colesterol (LDL, HDL…).
  • Armazenamento e liberação de glicose, a nossa grande fonte de energia.
  • Limpeza do organismo por meio da eliminação de resíduos tóxicos.
  • Processamento e aproveitamento de medicamentos e hormônios.
  • Destruição das células vermelhas do sangue que estão com algum defeito.
  • Depósito das vitaminas A, B12, D, E e de minerais como ferro e cobre.

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