Em
meu editorial publicado na BOA VONTADE Mulher,
revista especial que a Legião da Boa Vontade (LBV) lançou, nos idiomas
português, inglês, francês e espanhol, durante a 61a sessão
da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW, na sigla em inglês), realizada
em março de 2017 na sede das Nações Unidas, recordei o que escrevi no jornal Folha de S.Paulo de 7 de setembro de
1986, data nacional do Brasil, em meu artigo “Independência”: (...) O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o
centro da Economia, a geratriz de todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho
nem o capital. Precisamos finalmente caminhar mais adiante e dizer que o
Espírito Eterno, que habita o corpo humano, ele, sim, é a medida de todas as
coisas, porquanto é Cidadão Celeste.
A
riqueza de um país está no coração do seu povo. No entanto, nações inteiras
ainda sofrem miséria. Convém lembrar que barrigas vazias e Espíritos frustrados
geralmente não estão dispostos a ouvir.
Leis da Economia Divina
Diante
dessa compreensão abrangente sobre o ser humano e o seu papel no mundo,
defendemos a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, proposta que lancei
há décadas. Ela situa-se além da que os homens discutem tanto e a respeito da
qual afirmam uma coisa hoje e desdizem-na amanhã, levando gerações ao
desespero. Preconizamos que a Solidariedade se expandiu do luminoso campo da
Ética e se tornou uma Estratégia de Sobrevivência, acima de leis e de modelos
econômicos até agora descobertos e, muitas vezes, empregados de modo pouco
apreciável por nós, os seres humanos. Discorremos sobre conceitos que
preexistem à criação do mundo, que são os das Leis da Economia Divina, que
tratam em igualdade os gêneros, porque se destinam à essência imortal das
filhas e dos filhos dos universos.
Livres
de quaisquer sectarismos, muito podemos aprender com os inúmeros ensinamentos
de Jesus, que comove até hoje os
mais pétreos corações com Sua preocupação social em cuidar das necessidades, do
corpo e da Alma, dos Seus semelhantes. Vimos isso quando Ele alimentou a
multidão que O acompanhava, a partir de apenas cinco pães e dois peixes (Boa
Nova, segundo João, 6: 5 a 15). E o
Cristo Ecumênico, o Excelso Estadista, deixou-nos o segredo dessa postura
espiritual e humanitária: “Buscai
primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos
serão acrescentadas” (Evangelho, segundo Mateus, 6:33).
Quando
nos dispusermos a meditar sobre essa Fórmula Econômica do Cristo, estaremos nos
integrando na Competência de Deus, criaturas Dele que somos. Tudo o que se
relaciona com produção e distribuição de renda está nessa “Fórmula
Urgentíssima”, conforme o saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979), denominou o referido versículo bíblico, e
que eu considero ser a Lei Econômica Urgentíssima do Supremo Comandante da
Terra, o principal pilar da Economia da
Solidariedade Espiritual e Humana, que já citamos neste artigo. O resultado
da aplicação dessa sabedoria, “do Reino
de Deus e Sua Justiça” — isto é, do pleno conhecimento das Leis Espirituais
que regem a vida no Cosmos, capaz de tornar a humanidade mais humana e mais
espiritualizada —, é justamente abrir a nossa cabeça para que essa Divina
Competência se estabeleça em nós. E, assim, não nos aprisionaremos à visão
restritiva da escassez de recursos, de bens, de oportunidades de emprego, e o
que mais o seja. Entretanto, permitiremos que os ilimitados valores do
Espírito, tais como o Amor, a Solidariedade, a Generosidade, o Altruísmo, a Fraternidade,
constituam as balizas das soluções de todos os problemas socioeconômicos que
afligem os povos, as quais virão por intermédio do esforço conjunto das
criaturas esclarecidas por esse Infinito Saber.
Em
meu livro Como Vencer o Sofrimento
(1990), ponderei: O Amor que se compartilha multiplica-se em quem o divide. Eis
a Economia Ecumênica, portanto Solidária e Altruística, fórmula segundo a qual,
quanto mais se doa, mais se recebe. Eis o moto-contínuo a impulsionar a vida em
comunidade.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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