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Chuva de mais de 288 milímetros causa estragos em Sanharó, no agreste de Pernambuco


Chuvas fortes em Sanharó, no Agreste de Pernambuco, provocaram estragos e deixaram famílias desabrigadas na noite dessa segunda-feira (2). A prefeitura da cidade decretou estado de emergência. O número de desalojados ainda não foi fechado pela gestão municipal, e todos estão sendo acolhidos no Ginásio Poliesportivo Iraldemir Aquino de Freitas, o Iralzão, e na Escola Amaro Soares.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os transtornos causados pela tempestade, como um carro sendo levado pela correnteza, outros veículos submersos e diversos pontos alagados pela cidade. A precipitação em 24 horas contada até 9h10 desta terça-feira (3) foi de 288,8 milímetros, um valor considerado muito alto e correspondente a quase metade da média histórica da cidade para um ano, que é de 644 milímetros.


De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), a ação do fenômeno Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) provocou a tempestade torrencial em Sanharó, que também foi registrada, em índices menores, em cidades vizinhas.

A Apac classificou o fenômeno como "incomum", e a prefeitura ressaltou que jamais um volume de chuva tão alto foi registrado em Sanharó. "A previsão da Apac já vinha desde o fim de semana apontando para ocorrências de chuvas no Sertão e Agreste, bem diferente dos dias anteriores. É uma situação incomum para o mês de outubro e novembro, geralmente começa a chover em dezembro", explicou o meteorologista da Apac Roni Guedes.

As rajadas de vento na região chegaram a mais de 60 km/h. Também no Agreste, as cidades de Pesqueira, Iati, Correntes e Palmerina registraram mais de 100 milímetros de chuva.

Em Petrolina, no Sertão, a tempestade chegou a provocar a queda de parte do teto de um hospital de campanha para Covid-19.

Roni Guedes indica que o ZCAS geralmente se forma mais ao sul do País e provoca bastante chuva principalmente no Sudeste, sul da Bahia e Centro-Oeste nesta época do ano. Houve influência do fenômeno climático La Niña, segundo o meteorologista. 

"A influência do La Niña fez o fenômeno se deslocar mais ao norte em relação ao mais comum pro mês de novembro. A ZCAS se deslocou mais rapidamente e provocou essas precipitações bastante significativas", explicou Roni Guedes, acrescentando não ser comum chover de forma tão concentrada e, sim, mais espaçada.

O sistema segue atuando nesta terça-feira e deve continuar provocando chuvas fortes até o final da noite no Agreste e parte do Sertão de Pernambuco, segundo alerta meteorológico da Apac. Não há previsão de chuvas para a Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata.

"Novembro é um mês seco, a média [do mês] é muito baixa, de 11 milímetros. O natural é não chover no mês e, quando chove, é em dias isolados. É muito raro chover tanto em um ponto só", finalizou Roni Guedes sobre as chuvas em Sanharó.

Em nota oficial, a Prefeitura de Sanharó informou que segue tentando minimizar os prejuízos causados pela tempestade.

A Prefeitura de Sanharó não está medindo esforços para minimizar os prejuízos e ajudar todas as vítimas das chuvas registrada na cidade, ao mesmo tempo que conclama todos as pessoas a se solidarizarem e fazerem doações para ajudar os desabrigados. As vítimas estão precisando principalmente de colchões, lençóis, comida não perecível, água mineral e roupas. O material deve ser entregue no Iralzão ou na Escola Amaro Soares.

O prefeito de Sanharó, Heraldo Oliveira, publicou um vídeo para se solidarizar com as famílias atingidas. "Quero me solidarizar com todas as famílias sanharoenses, em especial aquelas que foram atingidas pela chuva torrencial que caiu em nosso município na noite de ontem. Quero dizer a todos que estamos tomando as providências junto ao Governo do Estado e ao Governo Federal", disse.

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