Paiva Netto*
O ambiente fraterno e
acolhedor que se estabelece no fim do ano, reunindo as famílias, os amigos, as
comunidades, enfim, os corações, leva todos a projetar sempre um novo ano
melhor. É preciso, porém, que mantenhamos a veemência inicial, trabalhando,
incansavelmente, sem perder nenhum ensejo de atuação em prol do desenvolvimento
espiritual, humano e social de nosso país, a partir de nós mesmos. Assim, o
novo ano que se avizinha trará maiores oportunidades de sucesso.
Nos meus bate-papos com os jovens da
Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e no livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade —
O Poder do Cristo em nós (2014), alerto-os para o fato de que o tempo vai passar de qualquer jeito. Por isso, façamos bom uso dele na
vivência diária do Amor Solidário, que nos coloca sob o amparo de Deus
Todo-Poderoso, fonte da verdadeira solução para os desafios particulares e
coletivos, se houver
decisivamente em nós a indispensável humildade para
senti-Lo e compreendê-Lo, sem radicalismos.
Sempre haverá saída para os problemas, por piores que sejam, desde que o ser humano realmente respeite o ser humano. Ele não vai apenas pensar com o cérebro, usará também o coração. À vista disso, é imprescindível educarmos nossos sentimentos no Bem, pois, quando a criatura tem seu interior poluído, tudo à sua volta é contaminado.
Mente, coração,
generosidade
Falar em mente e
coração dá-se pela necessidade de evidenciarmos um simbolismo essencial à
clareza do que lhes apresento, de modo que estejam nitidamente expressas duas
das condições mais importantes da Alma: pensar e sentir, ou, na ordem moral mais perfeita, sentir e pensar. Eu poderia expor que,
sendo a mente o contato principal do Espírito com o corpo, nela estaria o
centro do pensar e do sentir (amar). Contudo, procuro uma forma mais simples de
me comunicar com vocês, porque aqui estão pessoas de mais idade e temos
crianças também.
Ora, o grande objetivo
da Autoridade do Poder de Jesus,
na Política de Deus, é que todos se
façam melhores. Sob a ótica da Legislação além da legislação — portanto, a
que tem origem em Deus e em Suas Leis Eternas —, somos levados a indagar: se
não houver igualmente esse sentido de Solidariedade, de Generosidade, de
Altruísmo, de Confiança, de Disciplina e de Justiça, na efetiva transformação
de um indivíduo, para que ele se torne ético, quem cumprirá as leis terrenas?
Em meu livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa
Vontade (1987), registrei:
Quantas leis sejam
feitas, tantas maneiras o ser humano encontrará de fraudá-las, enquanto não
entender que temos solidários compromissos uns para com os outros, sem os quais
não pode existir genuína vida em sociedade. Isso é exercer a cidadania, que começa no Espírito. É
fortalecer as comunidades. Não há departamentos estanques no mundo,
principalmente agora, na era da rapidez das comunicações e da constante ameaça
nuclear, entre outras, talvez piores.
Não basta desenvolver o intelecto, como
muitos pensam relativamente à Educação. Por isso, criei a Pedagogia do Afeto, para iluminar os
corações dos pequeninos, porquanto uma civilização exige que haja um
refinamento dos costumes. De que maneira realizá-lo, senão cultivando o que de
bom existe no íntimo de cada criatura? É preciso desarmar os corações desde a
infância, consoante explico em É
Urgente Reeducar! (2000). Nele
digo que a estabilidade do mundo
começa no coração da criança.
Tal ponto de vista — o
da necessidade de desarmar os corações humanos desde os pequeninos — não nos
impede de prepará-los para sobreviver aos piores desafios da vida.
Torna-se mais que
básico que nos empenhemos no estudo das Leis Divinas. Como?! Investigando as
Sagradas Escrituras e purificando nosso interior com a Bondade e a Justiça de
Deus.
Pensem nisso. Governar é educar o sentimento para o Bem.
Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da
Legião da Boa Vontade, ressaltava que: “Governar
é ensinar cada um a governar a si mesmo”.
0 Comentários