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Pesquisa indica efeito das mudanças climáticas e do desmatamento em Taquaritinga do Norte


Em recente pesquisa climatológica desenvolvida pelo pesquisador e servidor público Márcio Silva Costa sobre o histórico de chuvas no município de Taquaritinga do Norte, no Agreste de Pernambuco, observa-se que o volume e a regularidade das chuvas na região serrana do município diminuíram de forma acentuada nas últimas duas décadas, com base no histórico pluviométrico, cuja série histórica iniciou em 1963.

“Os números evidenciam que entre os anos 60 e 90 chovia de janeiro a dezembro, mesmo que variando de intensidade, o que é totalmente normal nessa parte do continente. Meus avós costumam falar sobre esses grandes invernos dessa época. Chovia o mês inteiro de dia a noite, os riachos corriam o ano inteiro e a fartura de água era imensurável’’. Relata o pesquisador.

Segundo ele o quadro começou a se inverter no fim dos anos 90, com um super aquecimento na superfície do oceano pacífico se estendendo a partir da costa do Peru, fenômeno conhecido como El Niño, que modifica a circulação dos ventos na atmosfera e dentre os efeitos está o prolongamento da estiagem na região Nordeste do Brasil. Além dos fatores globais o desmatamento é o principal fator contribuinte para a redução brusca na disponibilidade de água no solo.

“O El Niño de 97 e 98 foi voraz e implacável, trouxe prejuízos incalculáveis. O pior acumulado anual foi em 1998 com apenas 425,3 mm, essa estiagem atípica também foi um agravante para uma escalada de incêndios florestais que consumiram vastas áreas de mata nativa. Mais recentemente em 2016 e no período 2020/2021 inúmeros incêndios novamente consumiram a vegetação crucial para a manutenção dos lençóis freáticos hoje exauridos pelos famigerados carros pipa que abastecem parte do município e dos diversos municípios circunvizinhos, o que representa uma população em torno de 220 mil habitantes que dependem das águas do brejo de Taquaritinga e com essa progressiva redução das chuvas essa população fica desassistida, uma vez que os investimentos no abastecimento público ainda são insuficientes’’.

Márcio Silva alerta que é importante a mobilização da sociedade e comprometimento do poder público no desenvolvimento de políticas e ações que visem a conservação e recuperação ambiental e que isso será o fiel da balança nos próximos anos.

“Os problemas estão evidentes, felizmente é possível reverter, desde que haja interesse para tal. Há diversas técnicas e metodologias que conciliam proteção ambiental com desenvolvimento sustentável. É possível produzir com qualidade e quantidade suficiente para garantir a qualidade de vida do homem do campo, basta interesse para fazer ...”

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