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Bezerra nasce com duas cabeças em Surubim, no Agreste de Pernambuco


Uma bezerra que nasceu com duplicação craniofacial está chamando a atenção dos moradores da zona rural de Surubim, no Agreste de Pernambuco. Com apenas quatro dias de vida, o animal está sendo amamentado com a ajuda de uma mamadeira. Nesta segunda-feira (08), uma equipe do Laboratório de Diagnóstico Animal (LDA) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizou uma visita técnica na Fazenda Medeiros, propriedade rural onde a bezerra nasceu.

O objetivo da visita foi definir um diagnóstico e dar orientação aos proprietários sobre como proceder com o animal. A equipe do LDA já havia recebido imagens da bezerra e obteve relato dos proprietários. Ao chegar no local, os pesquisadores da UFRPE constataram que na verdade se tratava de uma fêmea, nomeada de “Milagre” pela família responsável por seus cuidados.

O professor e coordenador do LDA, Fábio Mendonça, confirmou a suspeita no diagnóstico de diprosopia, também chamada de dicefalia. Trata-se de uma alteração genética rara em bovinos que provoca uma duplicação craniofacial e faz parte de um grupo de malformações que é considerada uma variante incomum de gêmeos siameses.

“A incidência da diprosopia é maior nos bovinos em relação às outras espécies domésticas. Nos equinos e no homem, monstros duplos e gêmeos idênticos são extremamente incomuns. Enquanto nos ovinos, suínos, cães e gatos a condição não é rara de ser encontrada”, afirmou o pesquisador.

Além da duplicação craniofacial, “Milagre” apresenta malformação no globo ocular, além de um quadro de úlceras nos olhos, que produzem uma secreção e pode causar infecções e outros problemas. A bezerra também tem malformação na mandíbula e na língua, problema que dificulta a alimentação do animal. “Apesar dos problemas, ela se encontra relativamente bem para as suas condições”, destacou Fábio Mendonça.



De acordo com Fábio Mendonça, os fatores que causam duplicidade embrionária ainda são objeto de estudo: gêmeos unidos e gêmeos idênticos parecem ter a mesma origem e resultam de alterações do zigoto. “A causa de monstruosidades pode ser atribuída a defeitos nos genes das células germinativas ou a influências ambientais que agem no desenvolvimento do feto e a hereditariedade encontra-se frequentemente relacionada”, afirma Mendonça.

Fonte: JC Online
Foto: reprodução/UFRPE

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