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Ovo é um dos poucos alimentos que contém vitamina D em sua composição


A vitamina D é um nutriente que apresenta como função primária a manutenção de homeostase de cálcio e fósforo no organismo (1, 2); Evidências sugerem que células distribuídas ao longo do corpo, cerca de 3% (2), possuem receptores que participam do controle de funções essenciais à manutenção de homeostases sistêmicas, tais como crescimento, diferenciação e apoptose celular, regulação dos sistemas imunológicos, cardiovascular, musculoesquelético e metabolismo da insulina (3). Em relação sistema imune, A vitamina D é produzida em monócitos ou macrófagos e liberado para ativar os linfócitos T, que regulam a síntese de citocinas e ativação de linfócitos B, que por sua vez, regulam a síntese de imunoglobulinas (4).

A vitamina D 3 ou colecalciferol é principalmente sintetizada na pele através da radiação solar e também pode ser obtida através do consumo de alimentos onde é encontrada, principalmente em alimentos de origem animal como ovos e peixes de águas profundas (5).

Estudo populacional NHANES publicado em 2010, relatava que 90% da população constituída por asiáticos, negros e hispânicos além de cerca de 60% da população branca sofriam de insuficiência de vitamina D (6).

No Brasil, análise de dados do Inquérito nacional de Alimentação – 2008-2009 concluiu que quase todas regiões do Brasil apresentam déficit de vitamina D e existe uma prevalência de inadequação de nutrientes como Vitamina E, D, A, cálcio e magnésio em idosos (7).

Estudo populacional realizado em 150 cidades das 5 regiões brasileiras com 2344 pessoas e idade acima de 40 anos mostra que existe um desequilíbrio nutricional com elevada ingestão de fósforo e maior risco a fraturas e deficiente ingestão de cálcio e vitamina D (8). Um outro estudo realizado no estado de São Paulo com adolescentes identificou deficiência de vitamina D em 60% da população jovem saudável estudada (9).

A deficiência de vitamina D está associada a câncer, hipertensão arterial e existem evidências da associação entre a resistência a insulina e vitamina D, isto é, menores concentrações de vitamina D são encontradas em indivíduos com intolerância a glicose e diabetes (10). A secreção da insulina é um processo mediado pelo cálcio. Ingestão deficiente de cálcio e insuficiência de vitamina D poderiam alterar a secreção de insulina (5). Dores musculares podem ser reduzidas com a vitamina D e doenças como osteopenia, osteoporose podem ser evitadas com equilíbrio de ingestão de diferentes minerais e ainda quantidades adequadas de vitamina D.(11) Estudo realizado com pacientes portadoras de lúpus eritematoso, demonstrou prevalência de insuficiência de vitamina D e atividade inflamatória.(12).

A comunidade cientifica entende que a grande síntese de vitamina D se dá através da exposição solar e a través de alimentos (11). No entanto, a dieta representa hoje cerca de 20% das necessidades, e é uma fonte importante para todas as pessoas, mas, principalmente para idosos, pessoas institucionalizadas e com pouca exposição solar (13).

O ovo é um dos poucos alimentos que possui vitamina D na sua composição e em 2010, o USDA - United States Department of Agriculture - estabeleceu um novo valor nutricional de vitamina D para o ovo. Os valores de vitamina D passaram de 18 para 41 UI por unidade, que representa cerca de 6.5% das necessidades diárias de acordo Dietary Reference Intakes for vitamin D (14).

O consumo do ovo, associado a uma alimentação equilibrada contribui para a manutenção da saúde, pois, é uma fonte protéica importante, contém vitaminas, minerais e carotenóides e contribui para o incremento de vitamina D no organismo.

Ovo é bom e faz bem!

Referências bibliográficas:

1- CARVALHO.S Silva ET all – Prevalência de deficiência e insuficiência de Vit.D e sua correlação com PTH, marcadores de remodelação óssea e densidade mineral óssea em pacientes ambulatoriais. Arq.bras.endocrinol metab,2008; 52/3:482-488

2- CASTRO,L O sistema endocrinológico Vitamina D Arq.bras.endocrinol metab, 2011:55/8

3- MIRANDA CD ET all, Diagnostico e tratamiento de La deficiência de vitamin D, ver.chil Nut vol.36,No 3 , 2009

4- Rodriguez-Rodriguez E, Aparicio A, Sanchez-Rodriguez P, Lorenzo-Mora AM, Lopez-Sobaler AM, Ortega RM. Deficiencia en vitamina D de la poblacion espanola. Importancia del huevo en la mejora nutricional. Nutr Hosp 2019;36(N.. Extra 3):3-7.

5- COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de Nutrientes - 3ºed. São Paulo: Editora Manole, 2009.

6- ADAMS; Hewison 95 (2): 471J Clin Endocrinol Metab 95: 471-478, 2010

7- FISBERG,A.N et all, Ingestão inadequada de nutrientes na população de idosos do Brasil: Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009, Rev Saúde Pública 2013;47(1 Supl):222S-30S

8- PINHEIRO,M.M et al. Nutrient intakes related to osteoporotic fractures in men and women – The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS).Nutr J,2008

9- PETERS,B.S.E: Prevalence of Vitamin D Insufficiency in Brazilian Adolescents Ann Nutr Metab 2009;54:15–21

10- SCHUCH,N.J ET all, vitamina D e doenças endocrinometabólicas Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(5):625-33

11- WINTERMEYER, E et all, Crucial Role of Vitamin D in the Musculoskeletal System, Nutrients 2016, 8, 319

12- SOUZA, VA; Associação de hipovitaminose D com Lúpus Eritematoso Sistêmico e inflamação , J Bras Nefrol 2014;36(4):430-436

13- BRINGHURST F.R ET all. Hormones and Disorders of Mineral Metabolism. In: Kronenberg HM, Melmed S, Polonsky KS, Larsen PR editors. Williams Textbook of Endocrinology, 11 ed. Philadelphia: Elsevier, 2008 US Departament of Agriculture, Agricultural Research Service. 2016. Nutrient Data Laboratory. USDA National Nutrient Database for Standar Reference, Release 28 ( Slightly revised). Version Currente: May,2016. Acesso em 05/02/2020

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