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Padre Bianchi: além de sacerdote e político, ele foi pai


No dia 8 de janeiro de 1984, a igreja matriz ainda tinha o aroma do luto da morte do Padre Zuzinha. Entre a tristeza da morte de um padre e alegria da chegada do outro, o povo viu o Padre Bianchi subir no altar e celebrar sua primeira missa.

Desde que cruzou a "ponte velha", ele deixou rastros tão marcantes neste solo que nem o correr dos séculos vai apagar.

Como sacerdote, era visível seu dinamismo que ecoou e rumou para o campo da política. Em 1992, seu apoio a Fernando do Padre fez deste um dos vereadores mais votados da época.

O calor da década de 1990 foi impactante na sua vida. Anos antes da eleição de 1996 conheceu Catarina (secretária da paróquia) e em 1996, ao lado de Fernando Aragão, lançou sua candidatura a prefeito.

Na eleição agitada e conturbada, numa época que o partidarismo era muito mais acentuado e hostil, Bianchi foi derrotado e sua permanência em Santa Cruz ficou insustentável, pois a rivalidade partidária não costumava perdoar.

Em 1998, desafiando todos os ditames da Igreja Católica, o Padre Bianchi sentiu escorrer no rosto as lágrimas de um pai e seu coração explodiu de felicidade, arrebentando as correntes do celibato, com o filho pequeno nos braços, pausadamente, pronunciou: "Meu filho"...

Sem deixar de ser um grande padre, ele foi um excelente pai, mesmo contrariando a rigorosidade das regras do Catolicismo, ele viu o filho crescer, deu toda assistência moral e material, deu amor e proteção...

Em vida, sempre nos surpreendeu: quando chegou aqui; quando entrou na política; quando disputou a eleição; e até quando foi embora. Quando se despediu para sempre em maio do ano passado, ficamos todos atônitos..

E quando ninguém esperava mais que ele nos surpreendesse, oito meses após sua morte, chega a notícia de que o padre era pai, e um pai exemplar, apaixonado...

Eu sempre o admirei e o aplaudi e agora com essa notícia, ante os relatos do filho, o amor do padre pai, o padre apaixonado pelo filho e pela igreja, mas também o revolucionário que rompeu o celibato, eu vou ficar de pé e nunca mais parar de aplaudi-lo...

Texto de Clécio Dias!

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