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Enquanto Bolsonaro nega desmatamento, Mourão diz que números são horrorosos

A área desmatada na Amazônia chegou a 1.012 km² em abril, um recorde para o mês.

Imagem: Mateus Bonomi/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o vice Hamilton Mourão (Republicanos) deram declarações divergentes hoje sobre o recorde de desmatamento da Amazônia atingido em abril. Enquanto Bolsonaro publicou um vídeo em que diz que o Brasil é um país "extremamente preservado", Mourão reconheceu o número e disse que o governo está analisando onde está errando.

"[Os números são] péssimos, horrorosos. Estamos vendo onde estamos errando. Estamos com ações, temos a operação Guardiões do Bioma, uma ação conjunta do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Justiça, e tem que ver com eles onde está havendo a falha", disse Mourão a jornalistas, ao ser questionado sobre o índice.

De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área desmatada na Amazônia chegou a 1.012 km² em abril, recorde absoluto para o mês.

Enquanto isso, Bolsonaro publicou um vídeo nas redes sociais em inglês, em que nega que o Brasil seja uma "bomba ambiental". "Enquanto eles dizem que nós estamos acabando com nossas florestas, os países deles não têm nem 5% do próprio território preservado", diz um trecho.

O presidente pediu aos seguidores que enviem a gravação a amigos que moram no exterior.


Desmate em abril ultrapassou 1.000 km²

Dados divulgados na última sexta-feira (6) mostraram que o desmatamento na Amazônia bateu recorde para abril, com 1.012 km² de floresta derrubada. A área é quase o dobro do maior número registrado para o mês até então, no ano passado (580 km²).

Abril é o último mês da época de chuvas na região, temporada em que a desmatamento costuma ser menor.

De acordo com o Observatório do Clima, rede de organizações que monitoram temas ambientais, essa é a primeira vez a marca de 1.000 km² é ultrapassada nos primeiros meses do ano.

"Desde agosto passado, os alertas vêm batendo recordes: em outubro, janeiro, fevereiro e agora em abril", destacou a organização.

Desde o início do ano, 1.954 km² foram desmatados, quase o dobro dos primeiros quatro meses de 2021 (1.153 km²).

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