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Equovisitas integram terapia para desenvolvimento de crianças com autismo


Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2021, registrou que 8,4% da população brasileira acima de dois anos possui algum tipo de deficiência, uma média de 17,3 milhões de pessoas. Por isso, não é à toa que se estima que este público chegue a cerca de 5,95 milhões da população brasileira, o que faz com que sejam aplicados medidas e tratamentos adequados para o cuidado e evolução de crianças e adolescentes que se enquadram nos diferentes níveis do Transtorno do Espectro do Autismo - TEA. Uma alternativa que tem apresentado bons resultados no processo é a equoterapia, uma forma de terapia assistida por cavalos que é realizada com a ajuda de um profissional de saúde qualificado e um cavalo especialmente treinado, com o objetivo de melhorar as habilidades físicas, emocionais e sociais dos pacientes. “É necessário buscar formas de trabalhar com os desafios e promover intervenções que ajudem essa criança e adolescente com o seu transtorno para que essas dificuldades sejam sanadas com mais facilidade”, comenta Luciene Santos, psicopedagoga que atua com pacientes com TEA há mais de 10 anos.

Para os pacientes com autismo, a equoterapia pode ajudar a melhorar a comunicação, a coordenação motora, a atenção e a interação social. Um estudo publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders mostrou que a equoterapia foi eficaz na melhora de comportamentos sociais em crianças, tanto que nos Centros de Equoterapia Pietra César, em Brasília, observou-se uma média de progresso que saltou de 55,37, para 62,33. “Neste caso, apesar de todas as ações envolvidas, isso não quer dizer que a criança vai deixar de ter dificuldade. Ela vai. Porém, ela vai aprender a conviver com as dificuldades e com isso automaticamente ela passa a aprender e evoluir dentro do contexto em que ela convive. Por isso, é necessário o envolvimento da família nessa jornada”, completa Luciene, que é fundadora do Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar, que integra o grupo CEAM.

Por isso, o Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar – CEAM tem utilizado esta modalidade como uma forma de ampliar as ações de integração dos pacientes que são cuidados pela clínica. E realiza neste sábado, dia 29 de abril, uma equovisita com crianças e adolescentes, integradas às unidades de Caruaru e Vitória de Santo Antão, no Centro Pernambucano de Equoterapia, em Gravatá, com a intenção de aproximar pais, familiares e amigos ao processo de inclusão, longe dos estigmas desta condição que envolve um público muito maior do que imaginamos. “Na sociedade, sempre teve muitas pessoas com autismo, porém, ainda não tínhamos um DSM (Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) amplo como temos atualmente. Por isso, podemos ter hoje entre nós pessoas adultas que se enquadram na classificação, por exemplo, do que a maioria da população considera ‘autistas leves’. Mas, agora, a gente consegue ver sintomas de forma mais clara e que não está presa no estigma que temos dos casos mais severos”, destaca psicólogo Italo Gomes, que juntamente com Santos e a sócia Anna Karenina Bittencourt (fonoaudióloga), comanda o CEAM.

O Grupo, que atua há 10 anos com unidades no Recife, Vitória de Santo Antão e em Caruaru, atende cerca de 500 crianças e adolescentes entre os cinco e os 16 anos com Transtorno do Espectro Autista – TEA e, desta forma, busca intensificar o entendimento da condição e massificar a inclusão com processos multidisciplinares que envolvem integração dos pais e responsáveis no trabalho continuado com esses menores para garantir sua evolução progressiva. “De acordo com nossa experiência e todos os estudos que realizamos, todo tratamento tem que ser multidisciplinar para alcançar objetivos concretos de evolução dessa criança e adolescente, por isso, no dia a dia, tem que ter o acompanhamento de um psicólogo, um psicopedagogo, um fonoaudiólogo, um fisioterapeuta e de outros profissionais da saúde e da educação que, com suas especificações, contribuem para trabalhar de forma adequada esse paciente”, destaca Anna Karenina Bittencourt.

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