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Aumento no preço dos combustíveis e o impacto no orçamento das famílias brasileiras

No Nordeste, o custo com combustível atingiu uma média de 9,7%, do consumo das famílias.


Após a mudança da política da Petrobrás, em maio deste ano, que deixou de acompanhar os aumentos dos preços praticados pelo mercado internacional e passou a ter como base a referência do preço do produto substituto no mercado brasileiro e nas condições mais vantajosas, em termos de importação do combustível para a empresa, o preço da gasolina praticado no Brasil vem se mantendo abaixo do preço praticado no mercado internacional.

Mesmo diante dessa condição, o aumento do preço da gasolina cobrado nos postos de combustíveis ficou maior, em torno de 14%, só neste ano. Ainda que, ao longo de 2023, o preço da gasolina nas distribuidoras tenha sido reduzido, em média R$ 0,15. De acordo com a pesquisa realizada pela Elo sobre os Hábitos de Consumo no Brasil, de 2020 a 2022, foi verificado que as famílias brasileiras gastam com combustível e alimento, em média, 41% do orçamento familiar. No Nordeste, o custo com combustível atingiu uma média de 9,7%, do consumo das famílias, enquanto no Sul, representa entre 4,8% e 5%.

Para a economista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Lytiene Rodrigues, “é necessário uma articulação e implantação de ações no curtíssimo prazo, a fim de se evitar que a sociedade brasileira continue sendo empobrecida, cada dia mais e mais com o aumento dos preços dos combustíveis. Principalmente, porque o impacto na cadeia de produção e distribuição dos preços de bens e serviços é grande, posto que a gasolina é um insumo de produção e serviços”.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, até 12/08, o preço médio praticado em Pernambuco, por litro de gasolina era de R$ 5,59 (R$ 1,26 revenda, somados a R$0,69 etanol anidro, mais R$ 1,22 imposto estadual, mais R$ 0,69 imposto federal, mais R$ 1,76 Petrobrás), contudo, a média nacional era de R$ 5,53.

A especialista ainda reforça. “A Petrobrás anuncia que após 24h a 48h vai aumentar o preço do combustível e no dia seguinte os postos de combustíveis já começam a praticar o aumento de preços, que só poderia ser aplicado, após o abastecimento do posto ter sido realizado com o novo preço, junto as distribuidoras. É preciso que a Agência Nacional de Petróleo assuma de fato seu papel de órgão fiscalizador dos preços que vem sendo praticados no mercado, pelos postos de combustíveis, a fim de evitar o abuso do poder econômico que vem sendo imputado a sociedade, principalmente, em Recife, Pernambuco. Não obstante, a prática de cartelização de preços que vem sendo naturalizada”, enfatiza.

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