Chocolate: vilão ou mocinho?

Dia Mundial do Chocolate: no ano passado, o Brasil aumentou sua produção em 6%, atingindo 805 mil toneladas.


No próximo dia 7 de julho, comemora-se o Dia Mundial do Chocolate, e a pergunta que muitos se fazem é a seguinte: chocolate, vilão ou mocinho? Em 2023, o Brasil aumentou sua produção de chocolates em 6%, atingindo 805 mil toneladas, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab).

Neste Dia Mundial do Chocolate, é interessante explorar os aspectos nutricionais e gastronômicos desse alimento tão amado. O chocolate possui tanto benefícios quanto malefícios, como explica Lívia Amâncio, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Wyden.

A especialista destaca que os flavonoides presentes no amargor do chocolate, como catequinas, epicatequinas e procianidinas, são essenciais para a saúde cardiovascular. “Com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e vasodilatadoras, esses compostos ajudam a reduzir a pressão arterial, melhorar a função endotelial, reduzir o colesterol LDL e diminuir a inflamação sistêmica, prevenindo assim doenças cardíacas.”

O consumo de chocolate pode melhorar o humor e o bem-estar graças a vários fatores. “A liberação de endorfinas, neurotransmissores associados ao prazer, e a presença de triptofano, um precursor da serotonina que regula o humor, são alguns dos benefícios. Além disso, a feniletilamina contribui para sentimentos de excitação e felicidade, semelhante à sensação de estar apaixonado, enquanto a teobromina e a cafeína atuam como estimulantes suaves que melhoram o estado de alerta e o humor”, explica Amâncio.

A nutricionista também detalha os diferentes tipos de chocolate e seus benefícios nutricionais:

Chocolate Amargo: Com alta concentração de cacau (acima de 70%), contém menos açúcar e pouco ou nenhum leite. É rico em flavonoides, antioxidantes e fibras, além de ser mais calórico e gordo, oferecendo benefícios significativos para a saúde cardiovascular.

Chocolate ao Leite: Contém menos cacau (20% a 50%), mais açúcar e leite em pó. Tem menos flavonoides comparado ao chocolate amargo, sendo mais doce e cremoso.

Chocolate Branco: Não contém sólidos de cacau, apenas manteiga de cacau, açúcar e leite. Sem os benefícios dos flavonoides, é basicamente uma fonte de gordura e açúcar.

Apesar dos benefícios, Amâncio alerta que o consumo excessivo de chocolate pode trazer efeitos negativos à saúde metabólica. “O alto teor calórico e de cálcio pode levar ao ganho de peso e obesidade. Quantidades elevadas de açúcar podem causar resistência à insulina, um precursor do diabetes tipo 2, e aumentar os níveis de triglicerídeos no sangue, elevando o risco de doenças cardiovasculares.”

Neste Dia Mundial do Chocolate, é importante considerar tanto os benefícios quanto os malefícios desse alimento popular. O consumo moderado de chocolate amargo pode trazer vantagens significativas para a saúde cardiovascular e o bem-estar geral, mas o excesso, especialmente de chocolates mais açucarados e gordurosos, pode ter consequências negativas. O segredo, explica Lívia Amâncio, está no equilíbrio e na escolha do tipo de chocolate que melhor se adequa ao seu estilo de vida e necessidades de saúde.