Por Fernanda Maluf*
A destinação correta dos resíduos sólidos é um tema central na gestão ambiental, devido ao impacto significativo de seu descarte inadequado no meio ambiente. Como forma de melhorar a ação da sociedade nesse aspecto, escolas e programas educativos tem uma atuação crucial na capacitação de jovens e crianças, que possuem um grande poder de influência em suas casas e comunidades, além de, potencialmente, serem os líderes do futuro.
Para contextualizar, o estudo "Pobreza na Infância e na Adolescência" do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) mostra que 6 em cada 10 crianças e adolescentes brasileiros vivem em situação de pobreza.
Todavia um estudo feito pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas comprova que inserindo educação ambiental em escolas públicas primárias, as crianças atuam como agentes transformadores independentemente de classe social e renda. Os números são contundentes, onde mais de 70% dos alunos mudaram o conhecimento dos familiares sobre agredirem o meio ambiente, tratando de temas como desperdício de recursos e destinação correta de resíduos.
Com isso, um excelente ponto de partida para esta mudança positiva, deve ser o investimento em ações que possam dar o exemplo aos alunos, como, por exemplo, ter lixeiras para descarte seletivo para incentivar a separação de resíduos e a prática da reciclagem, além de apresentar a versatilidade de aplicações do material reciclado no dia a dia das famílias.
Tais iniciativas foram o insight para a criação do Movimento Plástico Transforma, parceria entre a ABIPLAST e a Braskem, que, há dez anos, tem como missão promover conteúdo e ações educativas que demostram que o plástico, aliado à tecnologia, à criatividade e à responsabilidade, traz inúmeras possibilidades para os mais diferentes segmentos.
Por meio de ações e intervenções educacionais, o projeto procura conscientizar a população sobre como descartar corretamente seus resíduos e, durante sua existência, já realizou diversas atividades inovadoras para cumprir com o seu propósito.
A primeira iniciativa voltada para a sociedade assinada pelo Movimento foi a instalação interativa PlastCoLab. A edição inicial, realizada em plena Avenida Paulista, famoso ponto turístico de São Paulo, ofereceu workshops, hackathons e exposições distribuídos pelos três andares de um estande em formato de um cubo mágico, com 9 metros de altura. O sucesso paulistano evoluiu para um projeto itinerante e levou a instalação para Porto Alegre, Salvador e Brasília, com recorde de público a cada edição. Ao todo, mais de 37 mil pessoas ficaram interessadas em descobrir como potes plásticos se transformaram em hortas automatizadas, conhecer sobre as inúmeras possibilidades da caneta de impressão 3D ou, ainda, simplesmente assistir à performance do robô Beo, confeccionado quase todo em plástico.
O sucesso desta ação com o público infantil levou o movimento a lançar um outro grande projeto, destinado tanto a crianças quanto a adultos: o espaço Economia Circular do Plástico, atividade localizada no segundo andar do Museu Catavento, em São Paulo, como uma das exposições de longo prazo, que reúne informações sobre a criação e desenvolvimento dos plásticos, seus diversos tipos, e como eles são aplicados no dia a dia da sociedade, além de jogos e projeções sobre consumo e descarte conscientes.
Além disso, podemos citar a conhecida ação do Movimento na Corrida Internacional de São Silvestre para a coleta dos copos d’água utilizados pelos corredores. O material coletado na ação é reciclado e transformado em novos objetos que voltam para circulação na sociedade. Em edições anteriores, os copos coletados foram transformados em lixeiras, caixas organizadoras, mesas, cadeiras, pastas e estojos e, todos eles, doados para a rede pública de ensino de diferentes Estados. Esta ação possibilita impactar não só os participantes da corrida, mas também o público que acompanha o evento e os alunos e professores das escolas para onde os produtos finais foram encaminhados.
Outra iniciativa que tem como objetivo a conscientização são os Mutirões de Limpeza, realizados nas orlas de praias e rios de algumas regiões do Brasil com a participação de voluntários e estudantes das localidades. Promovido desde 2022, o mutirão já aconteceu no Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Vitória (ES) e Salvador (BA), e já recolheu mais de 300 quilos de resíduos recicláveis que foram enviados para cooperativas e seguiram para a destinação correta.
Esses são alguns exemplos das diversas ações que o Movimento Plástico Transforma vem realizando e que já impactaram milhares de pessoas. Trata-se apenas do começo, para reforçar a nossa missão em mostrar os benefícios do plástico acerca da versatilidade do material e suas infinitas possibilidades!
*Fernanda Maluf é integrante do grupo técnico do Movimento Plástico Transforma.
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